quinta-feira, 13 de abril de 2017

Crônicas de um Intercambista: A Rosa de Berlim!

Uma rosa em meio aquele muro cinza me chamou atenção. Um posto de vigilância desativado que fazia parte do Muro de Berlim. E no meio daquele monstro acinzentado uma esperança rosa. Logo busquei o melhor ângulo e a fotografei utilizando um filtro Preto e Branco. Na busca de simbolizar o passado e o que aquela rosa representava: um recomeço. Ao lado um memorial com diversas flores e foto das vítimas daquele muro. Porém nenhuma delas simbolizava tanto, quanto aquele rosa perdida e solitária. O que faria ali? Tão distante das outras. Não sabia dizer. Era forte o sentimento. Muitas questões se levantaram em meu alter ego. Até que vi em um dos jornais a foto de uma senhora colocando a rosa naquele exato lugar. Sem entender alemão pesquisei na internet e descobri que ela era uma das vítimas daquele tempo nefasto que dividiu não apenas nações, mas famílias inteiras. Aqueles olhos simpáticos que ali, em meio a tudo que o Muro de Berlim representa, foram capazes de levar uma mensagem de renascimento. Simples e pura. Começava ali os ensinamentos que só a história alemã podem nos dar. Ainda faríamos, nesse dia, uma visita ao museu do Holocausto. Caminhando no sol e com nossas mochilas de 25kg. Mas isso deixarei para um outro texto… Quantas famílias divididas? Quantos irmãos que ficaram anos sem se ver? Ou que nunca mais se encontraram… Quantos desses muros construímos ao nosso redor? Muitas vezes, sem perceber afastando aqueles que mais nos são sagrados. Muros dentro de nós. Por toda a cidade encontramos partes desse passado sombrio. Inclusive com pinturas e grafites, uma forma de levar alegria e cor ao cinza daquele tempo. Começou com uma cerca, como entre os EUA e o México. Porém muitas pessoas pulavam do lado Soviético para o Capitalista. Principalmente, porque ela ficava próxima dos prédios. Até que decidiram construir duas barreiras, com um corredor no meio e diversas torres de vigia. Tudo para evitar que aqueles seres humanos pudessem exercer o maior direito de todos: a liberdade. Pelo menos no sentido de poder viajar ou visitar parentes no lado ocidental. Na realidade é até estranho. Se pararmos um minuto para pensar nós inventamos países, estados, cidades e línguas diferentes. Porém qual a diferença real entre nós? Nenhuma. Que quebrem os muros então! Talvez todas essas divisões e diferenças culturais sejam uma forma de dar sentido à existência humana no planeta. Dar um senso de pertencimento a algo. Porém no fundo, na base, somos todos iguais. Braços dados ou não, como diria a música. E a rosa? Provavelmente já deve ter perecido pelo tempo. Porém eternizada por minhas lentes e meu coração.

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