sexta-feira, 8 de março de 2013

A caminho do céu

Dizem que existia um cara - o nome dele era Marcelo – que acreditava em tudo que lhe falavam, bastava apenas dizer: “Se você fizer .... , irá para o céu”. Como tinha medo de ir para o inferno, o Marcelo. Porém muitos o mandavam para lá, já que “era um cara muito egoísta”, diziam os seus colegas. Era daqueles que não vê pessoas caminhando na rua, mas sim cifras de dinheiro. Só se aproximava de pessoas ricas e não ajudava ninguém. Trabalhava em um escritório e seus colegas já não contavam mais com ele para nada, nem tampouco o convidavam para ir “tomar umas” depois do serviço. Como era chato o Marcelo. Quando alguém realmente precisava de algo, apelava: “Troca comigo esse dia, se não você não irá pro céu”. E tudo era resolvido. Todos os meses, Marcelo trocava de religião. Já que os missionários batiam em sua porta, mostravam a sua visão de Deus e no final sempre vinha a frase: “Na hora da morte só nós iremos para o Céu”. Pronto, mais um adepto ganho. Quer dizer, até outro missionário de outra igreja usar o mesmo artifício. Não tinha igreja que ele não havia freqüentado. Dizem que Marcelo ligava apenas para as aparências e era por isso, que freqüentava as igrejas. “Causa boa impressão”, falava. Porém não se importava de trocar de santuários, o importante era ir para o céu. Aliás, quando ele morreu, após ser baleado em um assalto, dizem que chegou ao portão do céu e pegou a fila. A sua frente diversos tipos de almas: Ateus, Hindus, Budistas, mães e pais de santo, entre outros. Esperavam sua vez. O espanto veio quando um Pai de Santo foi aceito no céu. “É coisa do demonho isso! Como entrou no céu? Os pastores e padres sempre diziam que isso era coisa de Lúcifer! Como assim?”. E  a fila foi passando, uns para o inferno, outros para o céu. Um padre estava a sua frente e começaram a conversar sobre os seguidores de Ubanda que haviam entrado na casa do Senhor. Então o grande porteiro chamou o “funcionário de Deus”. Após uma breve biografia da vida a sentença: “Inferno!”. Marcelo perdeu-se completamente. “Como um “macumbeiro” ia para o céu e um padre para o inferno?”. Chegou a sua vez. O grande homem de barbas brancas até o pé chamou-o. Marcelo se aproximou e ele começou a falar:

- Marcelo Moreira Paes, morreu com 24 anos. Sua sentença: Inferno!

- Mas senhor porque inferno? Por toda a minha vida eu procurei o Senhor. Sempre quis ir para o céu. Fui discípulo de várias religiões que me prometeram que na morte eu iria para o céu, que iria ser lembrando no apocalipse. Porque eu vou para o inferno, se um “macumbeiro”foi para o céu?

- Marcelo, aqui, na terra do senhor Jesus, pouco importa a que time tu pertences. Pouco importa a camisa que tu vestes. O importante são as atitudes de amor. Jesus ficou lembrado pelo amor e continua a existir em cada um que tem fé nele. E para entrar aqui todos tem que reconhecer essa fé. Não interessa se em vida foram de outras religiões ou ateus. Se viveram uma vida de amor - cuidando dos outros e amando ao próximo como a si - porque não poderiam entrar? Claro que participar de uma igreja é bom, mas muito vão aos encontros apenas por status. Logo não queremos aqueles que, apenas, pronunciem a palavra de Deus. Nós queremos aqueles que vivem a palavra de Cristo. Mesmo que não saibam disso.

Abriu-se uma grande porta vermelha ao lado de Marcelo. E toda a sua vida passou, como um filme em sua alma. Todas as oportunidades e ajudas que negara. O enterro de sua mãe, o qual não esteve presente, pois estava “trabalhando”, quando na verdade estava vendo os papeis da herança. E percebeu o quanto estivera enganado. “Pouco importa a aparência, o que importa aqui é a essência”. E assim dizem que terminou a história daquele que perseguia os céus.

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