quinta-feira, 4 de maio de 2017

Crônicas de um intercambista: A mística e beleza do Newgrange


Preparamos tudo, alugamos um carro e era hora de começarmos nossa Road Trip. Saímos de Dublin pela manhã cedo. A primeira parada: “Newgrange”. Uma tumba mais antiga que as pirâmides do Egito. Construída em 3.200 A.C. Chegamos ao local e na entrada um museu interessante com artigos e utensílios encontrados dentro das edificações. Inclusive um objeto que chamamos de o “primeiro” vibrador do mundo, que era utilizado em rituais de fertilização. Pelo menos é isso que acreditam. Descobrimos, no local, também, que na verdade aquele era um complexo com três “grandes” edificações e mais de 20 pequenas. Dowth, Newgrange e Knowth. Decidimos então que visitaríamos apenas Knowth, já que nosso tempo era curto e devíamos pegar os ônibus que saiam do “museu”. A paisagem era de tirar o fôlego. Chegamos no local e logo a guia começou a contar as histórias.  O ambiente e as casinhas lembravam muito o cenário dos Teletubies.  Entramos no local que acreditam ser uma tumba, além de ser utilizado por sacerdotes e cultos. Porém simplesmente pouco se sabe sobre a civilização que ocupava aquele local. Já que não existia escrita. No lado de fora um pequeno espaço com pedaços de madeira, também, utilizado para cultos. Acredita-se que as pessoas viviam até os 25 anos naquele tempo. Devido as condições de moradia e conservação dos alimentos.  O mais impressionante é que devido ao seu formato estilo “morro”, onde a grama cobre a edificação.  A tumba ficou escondida por anos, sendo que até um castelo foi construído em seu topo.  Mas o que me chamou atenção mesmo é o fato de que simplesmente nada se sabe sobre esse período. “ O que será que acontecia? Quem eram essas pessoas?”, me perguntava. Sem resposta. Mais um dos mistérios do mundo. É difícil aceitar em uma sociedade como a nossa que se move e se alimenta de informação, que não sabemos nada sobre essa população.  Estava eu lá, com 25 anos, idade em que, naquele tempo, seria um ancião. Era difícil conciliar.  E em um instante toda a minha vida passou em minha mente. Incrível como todo aquele mistério em torno daquelas edificações, me relembraram que não sabemos de nada.  Porém, não podemos, deixar transparecer esse fato. Principalmente nas redes sociais. Batemos muitas fotos daquele dia.  E tive a certeza de que o único propósito da vida, não é saber tudo ou ser o mais inteligente, bonito ou com mais bens.  Mas, sim, um momento dividido com pessoas especiais. Uma roda de amigos. O contato humano. Enfim, viver cada segundo. Afinal, de que adianta uma boa história sem ter para quem contá-la? Terminamos nossa visita. Entramos no carro e continuamos nossa viagem. Impressionados com a beleza e a mística daquele local que apesar de receber milhares de visitantes todos os dias, continua tão desconhecido.



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