O tempo… Escasso e contado segundo a segundo. Muitos falam em prisão e falta de liberdade. Porém acredito que nossa maior cela, seja o tempo. Não temos como fugir, não temos como impedir que ele passe e quando vemos já é hora de partir. Ultimamente, cada nova hora um novo compromisso e, talvez, por isso ele se esvaia tão facilmente de nossas mãos. Porém quando estamos no campo, sem nenhum encontro ou atividade, apenas com a missão de ficar na varanda vendo-o passar é que essa velocidade diminui. Machado de Assis em um de seus textos dizia mais ou menos assim: “O maior monstro é o relógio de parede, só o de minha casa já devorou duas gerações de minha família”. Inevitável… Agora a grande pergunta é: O que fazemos com esse tempo? Muitos ficam invejando os mais ricos ou então desejando mulheres ou homens perfeitos dignos comercial e se perdem. Vivem na imaginação ou na espera de alguém perfeito. Outros vivem a procura de dinheiro, aplicando golpes e passando por cima de quem estiver em sua frente. Não enxergando pessoas, mas sim cifras ambulantes. Bajulando os ricos e renegando quem não o seja. Muitos gastam sua única vida perdido em drogas e festas sem parar. Quando acordam …. Já é tarde demais. É por isso que devemos procurar aproveitar o cantil inútil das horas que enchemos a cada dia. Viajar, fazer novos amigos e buscar sempre auxiliar ao próximo. Afinal, a cada dia vivido descontamos um no relógio da vida. Os segundos estão passando, o ponteiro não para… É hora de construirmos nossa estrada. “Não pare na pista é muito cedo pra você se acostumar/ Meu bem não desista, se você para o carro pode te pegar”, cantava Raul Seixas. Não podemos parar…. Vamos viver cada segundo, até porque não sabemos quando o relógio irá parar.
quarta-feira, 31 de maio de 2017
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Crônicas de um intercambista: O landlord sem noção
Estava dormindo em minha cama, tranquilamente, quando começou a batida na porta. “De novo não”, pensei. Fingi que não tinha ouvido e continuei a dormir. De repente a porta do quarto se abriu e fechou rapidamente. Era ele novamente, o landlord sem noção. Ele tinha uma cabelo grisalho e já devia estar na faixa dos 50 anos. Estava a procura do Denis, um dos que moravam comigo, naquele “apertamento” de dois quartos, cozinha e banheiro. Por um tempo, ele não aparecia no local. Porém quando começou eram praticamente diárias as visitas. E todas as vezes a procura do nosso amigo das Ilhas Maurício. Sentava em uma cadeira e ficava conversando e conversando com ele sem parar. Era um incômodo para todos.
- Não aguento mais ele! Eu vou me mudar! É todo dia, só vem aqui. Ele é louco!
Reclamava sempre o meu amigo. E eu já a procurar outro local. Era bem localizado o apartamento. Bem no centro, ficava a cinco minutos da escola onde estudava inglês. Os meus roomates eram muito legais e gostava de morar. Porém o preço do aluguel e aquele incômodo permeavam meus dias. Nunca se sabia quando começariam as batidas na porta. Por diversas vezes fingíamos que estávamos dormindo e ele ia direto no quarto a procura de Denis. Incontáveis vezes estávamos na sala conversando quando ouvíamos as batidas. Olhávamos um para o outro e todos iam se “esconder” em seus quartos. O cara era tão inconveniente que mesmo sem resposta abria a porta, entrava e ia bater nos quartos.
- Teu namorado está te chamando Denis.
Brincávamos. Acredito ainda que ele estava apaixonado pelo Corinthiano Diego que dividia o quarto comigo. Já que no pequeno prédio havia mais uns cinco apartamentos e ele só ia onde morávamos. Brincadeiras a parte. A situação só foi melhorar quando me mudei. Adorava o pessoal da casa e tenho certeza que essas amizades é que ficarão. Mas quando se é intercambista tem que se buscar opções mais em conta. E com o landlord sem noção, foi a gota d’água. E foi assim que fui parar no 44 Seville Place, uma casa que tem muitas histórias para serem contadas aqui. E sim, me mudei bastante enquanto estava na Irlanda. Em oitos meses foram três mudanças ao todo. O que me permitiu conhecer muitas pessoas e, também, muitas histórias. E landlord para quem não sabe é o locatário. Quanto ao destino daquele sem noção, nem quero saber.
terça-feira, 23 de maio de 2017
O orgulho de ser brasileiro
“ Minha terra tem palmeiras,onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá…”. O trecho do poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias é uma ode à saudade que permeia os dias daqueles que foram “exilados” do Brasil. Milhares que tentam a vida em outros países. Com a certeza, porém, em seus corações de que não há no mundo lugar melhor que sua casa. O orgulho de ser brasileiro. Algo que precisa ser resgatado. Apesar de toda a corrupção e da falta de infraestrutura e segurança. Apesar de muitas vezes vivermos no caos. Ser brasileiro é muito mais que isso.É samba, feijoada e bola no pé. Alegria, bom humor e força. Força para nunca desistir. Isso é o que define o nosso povo. Perfeito? Longe disso. Mas é quando se está fora do país que se percebe o quanto se ama ou não a sua casa. Colocar aquele samba para bater a nostalgia, ou então um sertanejo, um axé e assim vai. Os ritmos que embalam a nossa sociedade. Aposto, que se vivêssemos como no primeiro mundo, ninguém abandonaria o Brasil. Ninguém seria forçado a ir ao “exílio” para tentar uma vida melhor. Ao menos uma vida onde se tenha dignidade e que todos os seus bens não sejam divididos em parcelas. Temos muitos problemas: corrupção, sucateamento da saúde e educação, falta de infraestrutura e assim vai. Porém no fim do dia, quando o sol desce o horizonte e aquela bela paisagem se forma você entende o porque de amar tanto esse país. Não podemos pensar que nossas mazelas nos definem. Não podemos deixar que isso aconteça. Somos muito mais que isso. O Brasil é maior que todos nós. Não podemos deixar morrer a chama verde e amarela dentro dos nossos corações. Nem tampouco ter orgulho de nosso país apenas quando a Seleção entra em campo. Tudo o que estamos passando é a nossa adolescência. Esse período da vida em que estamos em constantes crises. E dessa forma vamos nos encontrando e desenhando nosso futuro. É preciso desse caos para que a mudança ocorra. O que me preocupa,porém, não é o latido das ruas, mas o silêncio dos honestos. Temos que ser mais participativos. Quantas audiências públicas jazem vazias nesse momento? Quantas sessões plenários sem ninguém para acompanhar? Esse silêncio que preocupa. Não podemos pensar, porém, que isso é o que nos define. Que ser malandro é igual a ser brasileiro. O orgulho de sermos desta terra abençoada não pode morrer. Tenham certeza que todos aqueles que saíram das nossas fronteiras, vivem em nostalgia. Ouvindo samba, sertanejo, vaneirão, axé… Qualquer música que os traga de volta ao seu cantinho. Tenhamos orgulho de sermos brasileiros e que não desistamos do nosso país. Afinal, amanhã vai ser outro dia. Viva ao Brasil!
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Crônicas de um intercambista: Um dia de terror
Era hora de irmos de Roma para Vienna. Já estávamos na fila gigantesca do embarque a horas e nada de o avião chegar. Passando mais algum tempo fomos liberados para entrar na aeronave. Logo ao subir a bordo percebi que o avião era diferente do que estávamos habituados. Ele era menor. Antes de preparar para a decolagem o comandante avisou “ todos os passageiros que tiverem objetos soltos, favor guardá-los”. Não tinha entendido o porque deste aviso. Pelo menos até a decolagem. Como era pequeno o avião balançava muito. Porém a viagem foi tranquilo. Até o momento que ouvimos dos auto falantes:
Não consegui escutar nada mais nada.Já que de repente a aeronave embicou em descida. Em um ângulo quase de noventa graus. Pelo menos essa era a minha sensação e dos meus amigos. “ Estamos caindo, fodeu!”, pensei me defendendo segurando o banco. E o avião continuava sua trajetória hora virando para um lado, hora para outro. E continuávamos sem entender o que estava acontecendo. O pânico de todos os passageiros ganhou uma voz:
- Estamos preparando para o pouso…
Não consegui escutar nada mais nada.Já que de repente a aeronave embicou em descida. Em um ângulo quase de noventa graus. Pelo menos essa era a minha sensação e dos meus amigos. “ Estamos caindo, fodeu!”, pensei me defendendo segurando o banco. E o avião continuava sua trajetória hora virando para um lado, hora para outro. E continuávamos sem entender o que estava acontecendo. O pânico de todos os passageiros ganhou uma voz:
- Madre de Dios!!! - Gritou um dos passageiros.
E o calvário continuava... O avião em descida, aparentemente, nada reta. E as orações a todo o vapor em nossas cabeças. Parecia uma montanha russa. Até que começamos a ver o aeroporto e, após, sentimos o solavanco das rodas tocando a pista de pouso. Transformando o terror em alívio. Era hora de conhecer as belezas da capital Austríaca.
E o calvário continuava... O avião em descida, aparentemente, nada reta. E as orações a todo o vapor em nossas cabeças. Parecia uma montanha russa. Até que começamos a ver o aeroporto e, após, sentimos o solavanco das rodas tocando a pista de pouso. Transformando o terror em alívio. Era hora de conhecer as belezas da capital Austríaca.
terça-feira, 16 de maio de 2017
Um segundo...
Um segundo e tudo mudou. As mãos que antes coloriam o mundo, agora jazem vazias. Os olhos que se enchiam de esperança, agora são feitos em lágrimas. As pernas que carregavam a bola, já não conseguem se mover. Um segundo. Um segundo e tudo poderia ter sido diferente. Talvez se não tivesse bebido tanto. Talvez se aquela curva não fosse tão fechada. Se outro carro não tivesse vindo em sua direção. Um segundo e a escuridão tomou conta de seu corpo e de sua alma. O som do pneu… foi tudo o que restou. Até abrir os olhos novamente e não sentir-se mais. Um momento breve que mudou o mundo, seu mundo. Agora já não desfilará mais pelos campos de society de sua cidade, nem pintará o mundo e as cenas da vida. Mais uma vítima. Do que mais mata no mundo: o trânsito. Um segundo foi o que precisou a vida para mudar seu rumo. Para matar a esperança que aquece o coração e que move cada ser. Os amores e amigos reaparecem. Muitos que há anos já não via mais. Porém apesar de todo amor, a solidão é o que acompanha seus dias. Uma luta solitária. Uma dor solitária. Se apenas aquele momento fosse diferente. Se naquela brevidade as pálpebras cansadas resistissem ao cansaço. Tudo mudou na brevitude e velocidade de uma raio solar. Um segundo… Apenas um segundo. E tudo o que conquistara se esvaiu e se perdeu no bolsão do tempo. Costumava viver plenamente e desfrutar dos prazeres do mundo. Agora, em sua cama, apenas assiste o noticiário. Na roleta-russa da vida… a bala foi desferida. Acertando a coluna e o coração. E uma palavra rodeia a mente: Por quê? Tudo aconteceu. A festa, a música e as mulheres. Hora de ir embora… Uma curva e tudo mudou. Talvez se não tivesse bebido, talvez se tivesse ido embora mais cedo ou pedido para outra pessoa dirigir. De nada adianta agora. Os olhos percorrem o quarto. O mesmo onde muitas aventuras e festas ocorreram. As lembranças são o único motor a funcionar dentro de si. Até que um sorriso aparece em sua visão. O amor… o amor é a resposta e a esperança novamente começa a acender em sua alma. Um segundo… Apenas um segundo e tudo seria diferente. A roleta-russa da vida disparou uma bala. Apenas um segundo.
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Crônicas de um intercambista: O Desafio
Em uma das tantas aulas de inglês, em Dublin, fomos ao museu da guerra, o qual acabaria retornando no meu último dia de aula com outro professor. Você pode não saber, mas os irlandeses adoram uma batalha. Lutaram pela independência dos EUA e do Canadá, por exemplo. Sendo que neste último país teve o único regimento a lutar com o kilt. Sim! Foram os irlandeses que o criaram, apesar de os escoceses terem o adotado. E assim a lista foi crescendo. Até que decidiram lutar pela própria independência, criando, desta forma, o IRA. Uma parte do museu é destinada para contar esta história. Estávamos observando e eu conversa com meu professor Christian e ele falava a todo o momento:
- Nós lutamos em todas as guerras. Já lutamos por todo mundo. Era só chamar que íamos, mas nunca lutávamos por nós.
- Pelo Brasil vocês nunca lutaram. - respondi.
- Lutamos sim! Quer apostar?
- Quero!
- Uma pint?
- Apostado. - apertamos as mãos.
“Nunca que os irlandeses viriam lutar pelo Brasil”, pensava eu. Estava certo disso. Continuamos a visita, inclusive havia uma parte do museu que podíamos colocar as vestes e empunhar as armas antigas para fotografias. Foi uma manhã muito agradável. Porém chegando na escola, Christian tratou de logo procurar sua resposta. De repente aparece ele, no fim da aula, com uma folha todo sorridente, parecendo uma criança:
“Nunca que os irlandeses viriam lutar pelo Brasil”, pensava eu. Estava certo disso. Continuamos a visita, inclusive havia uma parte do museu que podíamos colocar as vestes e empunhar as armas antigas para fotografias. Foi uma manhã muito agradável. Porém chegando na escola, Christian tratou de logo procurar sua resposta. De repente aparece ele, no fim da aula, com uma folha todo sorridente, parecendo uma criança:
- Está aqui! Lutamos sim! Te falei! Nós lutamos em todas as guerras pelos outros.
- Não acredito.
Comecei a ler e, sim, ele estava certo. Um navio saiu de Cork, uma cidade Irlandesa, com cerca de dois a três mil homens para lutar pelo exército brasileiro. Foi um reforço pedido por um coronel irlandês que fazia parte da armada de nosso país, na época do imperador Dom Pedro I. Já que estávamos em guerra com a Argentina, pelo território onde hoje situa-se o Uruguai. Fiquei muito surpreso. Realmente a história da Irlanda esconde muitas facetas. Até hoje, porém, não paguei a aposta… Sabe como é... Intercambista…
terça-feira, 9 de maio de 2017
O Encontro
O sol escaldante fazia Pedro suar e reclamar daquela situação. Caminhava pelo centro da cidade pensando na vida. Até que seus olhos focaram em um rosto que vinha na direção contrária. Olhares cruzados e uma dúvida: “O que ela está olhando?”. Até que percebe seu corpo ser tocado por aqueles braços.
- Tudo! E com você? - Respondeu enquanto sua mente buscava desesperadamente uma memória daquele rosto moreno e jovial.
- Tudo indo néh!? Sabe depois da morte do Rogério, naquele acidente trágico, não fui mais a mesma. Ele era tudo para mim. Agora estou assim…
- Nossa nem me fala… - O desespero aumentando e nada daquele rosto. E agora mais uma dúvida: “Rogério? Quem é?”.
- Oi Pedro, Tudo Bem?
- Tudo! E com você? - Respondeu enquanto sua mente buscava desesperadamente uma memória daquele rosto moreno e jovial.
- Tudo indo néh!? Sabe depois da morte do Rogério, naquele acidente trágico, não fui mais a mesma. Ele era tudo para mim. Agora estou assim…
- Nossa nem me fala… - O desespero aumentando e nada daquele rosto. E agora mais uma dúvida: “Rogério? Quem é?”.
- Não sabia que você tinha chegado a conhecer ele. Você nunca foi lá em casa.
- É sabe né!? Correria.. - “Puta que pariu! Quem é esse cara?” - Mas você nunca levou ele em nenhum encontro nosso… - Falou chutando alto.
- E como eu levaria?
- Ah! Convidando e indo…
- Como? Você queria que eu levasse meu cachorro? Nossa, você é mesmo estranho. Você lembra de mim, certo?
“Admito que não lembro sendo rude ou contínuo normalmente essa conversa? Cachorro… com nome Rogério! Quem faz isso, senhor?”, pensava enquanto aqueles olhos verdes o fitavam em busca de uma resposta.
- Claro que sim! Como eu poderia esquecer…
- Ufa! Passamos tantos domingos juntos.
- É verdade.. - “Domingos? Domingos?... Uma memória por favor!”
- Lembra? Lembra mesmo? Você não tá com cara de quem lembra! Qual meu nome?
E o desespero tomou conta de Pedro. O que fazer? Quem era aquela mulher? “ Uma memória! Só uma!”, suplicava e nada. Colocou a mão no peito e…
- Que dor!
- Ai meu deus! Será que é algo grave?
- Não sinto meu braço esquerdo.
- Isso é sinal de infarto! Vou ligar para a ambulância.
Sem saber o que fazer, Pedro continuou a encenação. Já a caminho do hospital o socorrista pergunta:
- Qual o nome dele?
- Pedro Albuquerque. - Responde a moça sem titubear.
- Mattias! Pedro Mattias! - Berra com todas as suas forças. Nossa, achei que era outra pessoa, desculpa moço, você não tem irmão gêmeo?
Sem saber o que fazer, Pedro continuou a encenação. Já a caminho do hospital o socorrista pergunta:
- Qual o nome dele?
- Pedro Albuquerque. - Responde a moça sem titubear.
- Mattias! Pedro Mattias! - Berra com todas as suas forças. Nossa, achei que era outra pessoa, desculpa moço, você não tem irmão gêmeo?
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Crônicas de um intercambista: A mística e beleza do Newgrange
Preparamos tudo, alugamos um carro e era hora de começarmos nossa Road Trip. Saímos de Dublin pela manhã cedo. A primeira parada: “Newgrange”. Uma tumba mais antiga que as pirâmides do Egito. Construída em 3.200 A.C. Chegamos ao local e na entrada um museu interessante com artigos e utensílios encontrados dentro das edificações. Inclusive um objeto que chamamos de o “primeiro” vibrador do mundo, que era utilizado em rituais de fertilização. Pelo menos é isso que acreditam. Descobrimos, no local, também, que na verdade aquele era um complexo com três “grandes” edificações e mais de 20 pequenas. Dowth, Newgrange e Knowth. Decidimos então que visitaríamos apenas Knowth, já que nosso tempo era curto e devíamos pegar os ônibus que saiam do “museu”. A paisagem era de tirar o fôlego. Chegamos no local e logo a guia começou a contar as histórias. O ambiente e as casinhas lembravam muito o cenário dos Teletubies. Entramos no local que acreditam ser uma tumba, além de ser utilizado por sacerdotes e cultos. Porém simplesmente pouco se sabe sobre a civilização que ocupava aquele local. Já que não existia escrita. No lado de fora um pequeno espaço com pedaços de madeira, também, utilizado para cultos. Acredita-se que as pessoas viviam até os 25 anos naquele tempo. Devido as condições de moradia e conservação dos alimentos. O mais impressionante é que devido ao seu formato estilo “morro”, onde a grama cobre a edificação. A tumba ficou escondida por anos, sendo que até um castelo foi construído em seu topo. Mas o que me chamou atenção mesmo é o fato de que simplesmente nada se sabe sobre esse período. “ O que será que acontecia? Quem eram essas pessoas?”, me perguntava. Sem resposta. Mais um dos mistérios do mundo. É difícil aceitar em uma sociedade como a nossa que se move e se alimenta de informação, que não sabemos nada sobre essa população. Estava eu lá, com 25 anos, idade em que, naquele tempo, seria um ancião. Era difícil conciliar. E em um instante toda a minha vida passou em minha mente. Incrível como todo aquele mistério em torno daquelas edificações, me relembraram que não sabemos de nada. Porém, não podemos, deixar transparecer esse fato. Principalmente nas redes sociais. Batemos muitas fotos daquele dia. E tive a certeza de que o único propósito da vida, não é saber tudo ou ser o mais inteligente, bonito ou com mais bens. Mas, sim, um momento dividido com pessoas especiais. Uma roda de amigos. O contato humano. Enfim, viver cada segundo. Afinal, de que adianta uma boa história sem ter para quem contá-la? Terminamos nossa visita. Entramos no carro e continuamos nossa viagem. Impressionados com a beleza e a mística daquele local que apesar de receber milhares de visitantes todos os dias, continua tão desconhecido.
terça-feira, 2 de maio de 2017
A reforma
Quando Dom João VI chegou ao Brasil, fugindo de Napoleão, trouxe consigo diversas heranças para o nosso povo. Entre elas uma em especial perdura até hoje. A corte do rei era tão inchada e cheia de ministros que para manter seu custo ele se viu obrigado a vender títulos de realeza como Duque, Cavaleiro, entre outros. Tudo para sustentar um governo inchado e corrupto. Como nossa corte atual. Ministros e mais ministros que nem sabemos ao certo quantos. Uma câmara de deputados que jorra dinheiro aos montes. Com auxílios impensáveis para quem ganha mais de R$10 mil em um país que o salário-mínimo é tão baixo. Verbas de gabinete exorbitantes. Uma vida de exageros. Mas a corte não pode se sacrificar pelo país, não é mesmo? Quem deve pagar é o trabalhador. Afinal que absurdo não contribuir 40 anos ou trabalhar até 65 ou 62 anos? Enquanto a corte se aposenta pelo simples fato de ter sido eleito para um cargo público. Empregados pagam a vida toda para ganhar uma miséria, enquanto vemos políticos com 3,4 aposentos ganhando R$10, 20 mil… Será que tem algo errado? Como uma conta dessa irá bater? Sem contar que os recursos que deveriam financiar a aposentadoria do trabalhador são utilizados em outras áreas. Resumindo, estão vendendo os direitos trabalhistas em nome de uma recuperação econômica que nada tem a ver com os trabalhadores. Afinal, quem desregulou as contas públicas? Tal qual o rei português, o governo vende ideias fajutas para dividir a população e continuar com todas as regalias de sua corte. Quer dizer… o povo brasileiro tem que se sacrificar, enquanto os abençoados vivem no céu da assembléia. Mas o problema é a arrecadação. Vejam o Rio de Janeiro, onde entregavam dinheiro para os políticos corruptos em mochilas. Coitados, em cada uma dessas só cabia R$500mil. Mas o Brasil é um país pobre… para quem não faz parte do clube. O governo é rico, mas gasta mais do que arrecada. E não poderia ser diferente já que a corte é tão grande que mesmo esmagando e sufocando empresas e trabalhadores com altos impostos a conta não bate. Mas até quando? Querem modernizar as leis trabalhistas, mas não modernizam a tabela SUS. Um Sistema que muitas vezes não paga nem 20% do valor dos procedimentos realizados nos hospitais. Resultado… a falência do sistema. Querem “modernizar” as leis trabalhistas com um estado atrasado, inchado e ineficiente. Tal qual o governo de Dom João VI. Enquanto brigamos e nos dividimos… Quem vence? Pense nisso.
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