quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Agradecer...

- Obrigado. – Disse-me um menino que eu ajudara a se levantar, após uma queda. Sorri para ele. E imediatamente comecei a imaginar quantos na face da terra salvaríamos apenas com essa palavra. Não, não estou louco. Experimente ficar um dia agradecendo a todos, para ver se você não se sentirá melhor... Obrigado! Uma palavra tão fácil de pronunciar, mas tampouco utilizada em nosso cotidiano. Porque será que deixamos de agradecer? Engraçado... Às vezes professando essa palavra para uma pessoa podemos fazê-la sorrir e perceber que, neste mundo, nem todos são frios. Dizem que esta referencia de agradecimento surgiu porque é difícil negar um favor, logo após fazê-lo era professado o: Obrigado. Pois se era Obrigado a fazer. Porém, após o passar dos anos, este termo se tornou muito mais que uma palavra. Ele se tornou o reconhecimento pelo esforço, pela doação em prol de outrem. Talvez se aprendêssemos a utilizar mais essa palavra, nossos olhos seriam capazes de enxergar o quanto conquistamos.  Em primeiro lugar, todos neste mundo, deveriam agradecer por terem um coração batendo no peito. Isso já é motivo de alegria, afinal quem, além de nós, tem o prazer de poder viajar nas mazelas e benefícios dessa aventura em um mundo desconhecido? Obrigado! E assim, podem confiar, teríamos uma noção do poder desta pequena palavra de oito letras. Sugiro, então, que todos, após terminarem de ler estas linhas, passem a dizer a mágica palavra todas às noites, antes de caírem nos braços de morfeu.  Sim! Façam isso por uma semana e depois me contem o resultado. Obrigado! A todos por lerem meus pensamentos. Agradeçam, pois, só assim será permitido aos olhos enxergarem o arco-íris após a tempestade de uma rotina corrida e estressante. Obrigado!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O ônibus da vida

O ônibus começa a rodar. O motorista acelera e freia alguém quase cai. Todos olham e a viagem continua. Ali no banco de trás com fone de ouvido, calça jeans, tênis velho e com algumas moedas na carteira me encontro. Vejo os outros passageiros. Alguns olham o relógio estressados por não verem o tempo passar. Outros olham pela janela e vêem o verde, o cinza e o azul da paisagem. E assim o bonde da vida continua. Lá vem a curva, todos se seguram... E enquanto o ônibus roda, alguns dormem. Dormem e não enxergam as paisagens, perdem os instantes e o ônibus não para. Esses acordam na hora de descer. De partir para o infinito. Às vezes o ônibus muda de direção. Alguns viajam sozinhos, outros têm pessoas ao seu lado. Eu apenas observo a dança das horas... Ao lado de almas que me auxiliam esperando apenas a morena que virá da terra prometida. E assim sentirei-me completo e terei força para continuar no ônibus da vida. Terei força, também, para lutar e auxiliar meus irmãos que se perdem e caminham de um lado ao outro buscando o melhor assento, expulsando os outros. Ajudar pessoas que esperam para sentar na janela e ver a paisagem. Mais uma parada, alguns descem e os que estavam ao lado destes choram e esperam sua vez de descer. Cada um faz de seu assento um universo com coisas e pensamentos escritos no vidro, no teto, no chão... Em qualquer lugar. Enquanto isso homens fiscalizam o que outros homens fazem, para verificar se estão andando conforme as escrituras, escritas por outro homem. Esquecem de seguir os escritos do motorista. Que mostra sua força quando alguém permite, assim tomando as rédeas e dirigindo quem o aceita. Continuo a observar. " Vai motorista opera sua força em mim!". E sigo criando meu universo de pensamentos e sentimentos. Esperando a morena da terra prometida, que se segura agora na curva, indecisa sobre seu futuro. “Sente do meu lado sente e vamos viajar juntos no ônibus da vida!”, afirmo para ela, embora eu não tenho pressa, apesar de ter o conhecimento de que minha viagem pode ser encerrada a qualquer momento. Porém isso pouco importa, pois o motorista grafou em meu coração a frase: “ Cada coisa tem sua hora e cada hora seu caminho”. Segue a viagem........

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Letras que transformam!

Não podemos ver, não podemos tocar... Podemos, apenas, sentir, ouvir e ler a palavra dele. Sim, falo de Deus. Porém não irei me ater a explicar o que se acredita ou não. Começo falando de Deus, pois é o que vivo em meu dia a dia. Amigos, esta crônica vem falar sobre fé. Duas letras que mudam o trilho de nossas vidas para a direção correta, até o final da linha. Sim... Até o final! E independente se vamos morrer, o importante é plantar o amor em cada estação para que nosso trem se abasteça de felicidade. Mãos dadas... Oremos! Oremos em nome da fé. Fé que rabisca em nosso dicionário a palavra: acreditar. Sim! Através da fé, acreditamos que podemos modificar o mundo, que podemos amar, que podemos enfrentar os descarrilamentos do trem da vida... Acreditar que viver é correr riscos e, assim, saber observar o divino em cada abraço, em cada olhar, em cada sorriso! Ter estas duas palavras unidas em nosso alfabeto é o que nos permitir descobrir o que é o amor, o que é a fraternidade... A fé é o primeiro passo para a felicidade. Podemos estar em uma igreja, podemos estar em casa com a bíblia na mão ou então nas ruas cantarolando e sentindo a presença de Deus, o importante é acreditar. Fé que move montanhas, que nos faz acordar, que faz um passarinho embelezar o dia com seu canto, o sol nascer, a chuva cair, a lua aparecer. Fé que move o mundo, ou ao menos, nos faz enxergá-lo de outras perspectivas. E pra você que sofre com o salário baixo, com as contas, com a separação, com uma doença, com a falta de atenção, com a falta de carinho, com a morte de um ente, com o a pressão na firma, com a falta de comida... Abra seu coração e deixe que nosso ser superior crave nele o espírito santo. Deixe que ele escreva as duas palavrinhas que mudarão a sua vida. Abaixe a cabeça, reflita, reze... Se entregue! Veras assim novas perspectivas, e, vendo de maneira diferente, oportunidades irão aparecer. Deus transforma, mas se nós permitimos. Tenha fé! Acredite! Já que depois da tempestade, sempre aparece um arco-íris. E se não fosse à chuva e a tormenta, nunca poderíamos nos deleitar de tal fenômeno. Tenha fé! Acredite! E perceba o milagre que existe dentro de todos nós. Sim! O milagre da vida, de poder desfrutar e aprender, de poder contar os segundos, de poder abraçar, veja o milagre de poder transformar uma terra seca e árida em um jardim. Pequenos atos fazem à diferença. Fé! Nunca esqueça essas duas letras.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

The show must go on

 E a vida continua... Como Fredie Mercury canta em meus ouvidos: “ The show must go on” . Sim! O show deve continuar... Como na cena do filme Moulin Rouge,  amor em vermelho, em que descobrem que a atriz principal está com tuberculose. O importante de viver... É caminhar. Afinal, se você estiver triste, furioso, feliz ou apaixonado, isso não fará diferença para o tempo. Ele continuará a passar... Então, amigos vamos lá! Parafraseando Zeca Pagodinho, aos trancos e barrancos lá vamos nós.  Não podemos parar na pista, porque senão o carro pode nos pegar, amor não desista, se você para o carro pode te pegar, como diz Raulzito em uma de suas canções. Companheiros, nossa única preocupação deve ser o presente. Acredito que devemos viver como um viciado em recuperação, um dia de cada vez. E assim continuar dando passos fortes em direção da morte, destino de todos. Só não podemos acordar aos 50, 40 ou 30 anos e perceber que não aproveitamos as oportunidades. Amigos, tudo muda. O hoje não é o mesmo que amanhã e o passado serve como lição. The show must go on... Sim! E o show vai continuar inacabado... Mesmo você  atuando ou não no teatro da vida, o show vai continuar. Talvez de forma diferente, porque a vida é uma obra inacabada. É! Hoje aqui amanhã não se sabe, por isso temos que viver agora antes que o dia acabe, parafraseando uma canção do LS Jack. O engraçado é que estar vivo é como ser um político ou um jornalista... Levam-se anos para crescer e apenas segundos para morrer. A existência é uma linha fina e suscetível a qualquer lâmina. Cantamos para a nossa morte, como na canção do Raulzito... A morte deve ser o segredo da vida. É! Deve ser... Pelo menos ela caminha ao nosso lado. Por isso que temos de viver como viciados em recuperação... Um dia após o outro, sentindo o gosto da vida em cada lágrima, sorriso, abraço, em cada fato bom ou ruim. Porque o show vai continuar, com ou sem nosso corpo, e este deve ser o motivo para buscarmos sermos o melhor para todos. Dar a mão, ao invés de chicotear nossos colegas. E sabe... Alguns podem se achar superiores, mas acabarão, também, ao nosso lado a sete palmos do chão. E quando a morte vier dar o seu beijo letal deixaremos apenas uma lembrança: o amor. Sim! O amor que doamos em vida. Então... Feridos ou não... Vamos caminhar amigos! E tentar viver da melhor maneira possível, pois o show deve continuar!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O sorriso e o sonho

No meio de uma vida corrida, sem tempo para olhar pela janela e enxergar a beleza, parei ante a um sorriso angelical desenvolvido e estruturado por mãos perfeitas e por uma nítida vontade de aparecer bonita na foto. Era uma criança que sorria. A cada segundo de modo diferente. Se eu apontava a câmera ela parava e me fitava. Estava sendo a diversão do momento. Diversão... Palavra difícil de ser encontrada no dicionário dos adultos, aonde só existe reclamação e dor. Porém o que move estes pequenos seres a se divertirem com tampouco (Neste caso uma câmera)? O que faz estas crianças brigarem e se perdoarem em menos de segundos? Acredito que isto seja obra dos sonhos. Não estou locou... Apenas tenho esta idéia. Acho que os sonhos movem as crianças. Afinal todas elas crescem sonhando em ser adultos, trabalharem e estudarem. Engraçado que quando somos adultos queremos ser crianças novamente. O fato é que a capacidade de sonhar e imaginar dos pequenos é absurda. Capacidade esta que perdemos com as pedras em nosso caminho. Em cada tropeço lá se vai nossa imaginação. E assim o amargo e o cinza começam a tomar conta de nossos enfadonhos dias. A garota continua a sorrir e sua beleza toca meu coração. Quanto tempo perdido em meio à negritude do dia! A vida podia ser resumida neste segundo, eternizado em fotografias. Procuro a criança dentro de mim, mas ela se foi. Apenas uma palavra rodeia meu corpo: Responsabilidade. Porém sigo me perguntando, porque não sorrimos? Porque a imaginação está perdida? Porque nos preocupamos tanto com coisas sem sentido? Meus devaneios são interrompidos, o gongo tocou e tenho que partir. Sonhar, imaginar... Palavras irmãs. Imaginando podemos sonhar, sonhando imaginamos o futuro e, talvez, possamos sorrir. Sonhar... Não só com projetos pessoais, mas com um mundo melhor. A menina agora se despede. Meu coração dispara e em um toque deseja toda a sorte para a pequena. Que ela sonhe e muito! Pois sonhar traz alegria e devolve o colorido à vida. Sonhe!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Vida longa as dedicatórias !

Comprei e li um livro de Rubem Alves. “Concerto para o corpo e alma”... Grande coisa? Bom o livro tem muitos ensinamentos, mas um nome assinado em sua lateral me chamou atenção. Estela Comin deve saber do que falo. Por isso que amo comprar livros no sebo, às vezes você acha algum premiado e começa a traçar um perfil da pessoa que deixou sua marca. Talvez, para Estela, o livro lembre algum romance antigo. Porém como será esta pessoa que passou horas de sua vida debruçada sobre a cama se deleitando das palavras do Rubems? Imagino uma mulher loira, sorridente e feliz com a vida. Não sei por que. Bom às vezes, nesses livros do sebo, encontramos recompensas maiores do que só um nome. Como no “Xangô de Baker Street”, escrito por Jô Soares, que comprei há uns três anos. Além de um nome, uma mensagem escrita à mão diz... “A leitura é o alimento do nosso espírito. Com ela viajamos através dos continentes, dos países e do mundo inteiro. Ler é adquirir conhecimento, engrandecer a alma e nos tornar melhores... Otenir”. Será que a pessoa que recebeu este livro aprendeu esta sábia lição? Ler é viajar, ler dedicatórias de livros antigos, também. Por isso que adoro ser premiado no sebo. Assim vou descobrindo histórias e inventando personagens. Otenir, para mim, é um homem de quarenta anos com barba, solteiro e que perdeu seu grande amor na juventude. Talvez, ele seja professor. Aliás, acredito que Estela, também, é solteira. Até que ela, no auge dos seus 25 anos, descobre em seu coração um afeto pelo seu professor da faculdade de Letras, chamado... Otenir é claro! Então os dois começam, secretamente, a mandar mensagens de amor. Porém, Otenir estava casado com sua fé e resistia. Isso não a fez desistir e, após, muito tempo tentando e demonstrando amor conseguiu ficar ao lado do seu sonhado Otenir. E assim, os dois devem estar descansando agora juntinhos como os dois livros com seus nomes em minha estante. Casados, com filhos, ela trabalhando e ele ainda lecionando. O carro, gol, deles ainda está na oficina e, puxa! Como as crianças cresceram... Bom, e assim a história continua como sempre... Felizes até a TPM! Agora começo a lembrar de todos os livros que já distribui com dedicatórias bonitas e feias, mas de coração. Será que algum dia comprarei um livro com minha assinatura? Ou então outra pessoa comprará? Será que ela inventará histórias de amor? Espero que não. Digo isso, porque acho que temos que cultivar as boas lembranças. Livros com dedicatórias são invendáveis!  Em cada letra uma história diferente, uma mensagem e um aprendizado. É... Vida longa aos livros com dedicatória!

domingo, 10 de julho de 2011

Na hora errada

Porque o amor  vem sempre na hora errada, da forma errada e com a pessoa errada? Porque o coração busca sempre se apaixonar por quem não nos quer? Quer dizer nem sempre é assim... O engraçado é que também deixamos escapar quem nos quer. É “complifuso”, como diria uma grande amiga minha. Difícil não é conviver com a desculpa feminina da amizade, mas entender o porquê deste fenômeno acontecer uma, duas, três... Sucessivamente em nossas vidas de homens conquistadores. Principalmente se analisarmos o que dizem alguns de que é o homem que escolhe sua mulher... Acredito que o amor inverta essa ordem. Ou melhor, isso não existe e se aplica sim a alguns casos em que mulheres se humilham em nome de um amor que destrói o espírito delas, logo os homens se prevalecem. Para mim existe apenas um amor verdadeiro... Aquele em que se vive junto de outra pessoa. Aonde nenhum dos dois se priva de suas vidas, e nenhum dos dois passa a viver apenas para o outro. Temos que ter nossa individualidade em um relacionamento, pelo menos eu acredito nisso. Porém porque o amor vem sempre na hora errada, da forma errada e com a pessoa errada? Realmente ainda não descobri... Sigo me apaixonando erroneamente e sigo ouvindo aquele discurso: “Você é especial pra mim, muito importante, mas te vejo apenas como amigo”. Ihaa!! O grande eufemismo para “Eu não sinto atração por você”, o que é perfeitamente compreensível. Mulheres sempre querendo privar os corações quebrados de quem gostam.  É realmente não entendo o coração, nem meus sentimentos... Poderia viver em nome da razão e permitir-me apaixonar apenas por quem me quer, mas assim não seria feliz. Pois os sentimentos são o tempero da vida e precisamos deles para sentir o sabor da felicidade. O amor, quando acontece, não nos permite esquecer o objeto amado, nos faz ter zelo, preocupação, querer compartilhar um futuro... Realmente neste ponto deve se esquecer a razão. Porém porque o amor vem sempre na hora errada, da forma errada e com a pessoa errada? Não sei... Só devo dizer que estou pronto pra viver o amor em sua plenitude sem eufemismos, sem razão, apenas junto de outro coração para colocar o primeiro tijolo e começar a construção da casa da felicidade. E você? Está pronto pra esquecer a razão?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aplaudam a vida!

As mãos se elevam e encontram-se no ar emitindo um apelo sonoro interpretado como uma ovação, reconhecendo os talentos dos artistas ou reverenciando oradores e, desta forma, os reverenciados sentem no peito o agradecimento e a compaixão de quem aplaude. Isso eleva qualquer grau de estima. Porém, talvez, deixamos de aplaudir a vida e caímos em nosso mar negro. Enquanto as lágrimas caem pelo que não temos, pela solidão, as coisas que conquistamos lutam pelo movimento mágico, como artistas que trabalham exaustivamente em um teatro buscando levar reflexão com o objetivo de que tudo acabe em... Aplauso! Será que se aplaudíssemos as atitudes positivas de outrem, ao invés de focarmos nossos olhos sobre as atitudes negativas, mudaríamos o mundo, o nosso mundo? Aplaudam senhores! Aplaudam o dia, a noite, a tarde, o sorriso, a tristeza, as lágrimas, a alegria, o sofrimento, a dor... A VIDA! Você tem esta opção, amigo, aplauda e verá um novo mundo... Longe do cinza que acreditas ser a vida! Não há, pois, sensação melhor do que ser aplaudido e em busca desta carícia... Sigo aplaudindo, uma mãe que sem dinheiro cria seus seis filhos, um pai que luta bravamente para levar comida e dignidade para sua morada. Aplaudo um servidor público que se matem fiel a lei pública, aplaudo um artista que se exibe no sinal em busca de sobrevivência.... Aplaudo todo o gesto de luta das nossas classes oprimidas, aplaudo os professores que, mesmo, com escolas destruídas e uma educação falida e sem investimento lutam. Porém, aplaudo ainda mais tudo o que conquistei... Amigos, família, amores! Pois são essas pessoas que me constroem dia a dia, me ensinando a viver! Sim, amigos, este movimento mágico pode mudar nossas vidas, como mudou a minha. Chega de vaiar e se concentrar em coisas negativas, vamos aplaudir a vida... afinal, enquanto nosso coração bater e tivermos sangue em nossas veias poderemos mudar.

* o tema deste texto foi proposto por Sheila Meneghel, uma grande mulher. Espero que ela goste.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A centelha divina

Os pássaros voam e pousam na árvore... Voam e pousam no prédio... E neste movimento circular que observo, vejo a centelha divina. Caminho e uma abelha para em sua flor e começa a tirar o pólen, porém um pouco do suco da vida fica em suas patas e ela polimeriza e fecunda outra flor. E assim, encantado, descubro, cada vez mais, a centelha divina. Continuou minha caminhada, uma senhora passa ao meu lado e me dá bom dia. Em seu sorriso, descubro mais sobre Deus. Vejo pessoas caminhando, correndo, chorando, gritando... Carros passando, construtores fazendo barulho e em cada canto vejo Deus. Em cada rastro de vida... Percebo-me parte de um todo. Um grão de areia louco e cabeludo, que talvez, ajude um pouco. Chego ao jornal, pego a câmera e me ponho a registrar, momentos... Históricos momentos... Roubo sorrisos, raiva, lágrimas... Do Tempo. Eternizo gestos, acontecimentos e em cada novo rosto, em cada nova história, vejo o divino. Deus está em tudo... Na perfeição da natureza, na minha inspiração para escrever, para fotografar... Vejo Deus no teu rosto, no teu sorriso, nas tuas lágrimas... Na vida! Deus está presente no vento que bate em meu rosto, no sol que queima minha pele, na chuva que fertiliza o solo e me banha. Sinto em meu peito sua presença, vejo-a no teu abraço, nas tuas palavras... Sim! Deus é vida. Porém quantos não querem viver? Pouco importa... Deus é o nosso sentimento, é o amor bêbado que dorme em nosso coração. É temos mais um dia de vida... Mais algumas horas... Até que o trem da morte nos leve ao nosso destino. Então porque deixar a nuvem negra sobre nossas cabeças? Quando caminhar leve a certeza de que em cada sorriso, lágrima, grito, sussurro, abraço ou tapa ele está presente. Dentro de ti, dos outros... Em cada sentimento. Ele está no pássaro que voa, na flor, na árvore... Nos dias, nas horas... Na Vida! Aproveita mais um dia... O trem da morte, pois, pode chegar a qualquer momento. Inspire-se para viver na estrada divina do amor. Acorde este bêbado louco que vive em seu coração e sinta a plenitude. Caminhe sem enxergar o cinza, apenas veja o calor de um sorriso e o aprendizado de uma lágrima... Temos mais um dia. Viva!


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Morto...

Movido de uma estranha curiosidade me deparei procurando pela definição de morto no meu dicionário Michaelis. Entre os significados, alguns me chamaram atenção, como “Paralisado, sem movimento”. E assim, percebi que muitos viviam. Paralisados em seus mundos, pensando apenas em seus problemas, como se vivêssemos em uma sociedade em que ninguém fosse dependente dos outros. O que pode ser até professado por alguns, mas que na prática não é válido, já que todas as nossas atitudes refletem a nossa volta. E o que é a vida se não um amontoado de conversas, relacionamentos e sentimentos? Porém, não é isso que quero discutir... Sei que comecei a lembrar de todos que conheci que viviam apenas os seus problemas. Paralisados no tempo... Sem mover-se, sem modificar seu modo de vida... Sem refletir. Vivendo, mas sem ter experiência. É, pois como dizia meu tio: Só é experiente quem vive a experiência, ou seja, quem reflete e se reinventa a todo o momento em uma “metamorfose ambulante” é que aprende a viver. É “Não pare na pista”... Não fique sem movimento, não deixe a morte chegar... Outro significado que povoou minha mente foi “Insensível ou indiferente a qualquer sentimento”. Quantos vemos por ai, que já não sentem nada... Caíram no perigoso vale do comodismo e vivem as mesmas coisas todos os dias... Pessoas que deixaram com que a sua rotina, e sua paralisação as deixassem frias com o mundo e consigo. Talvez, por este motivo, às vezes nos deparamos com absurdos, professados por pessoas sem coração. Tais como: “Esses favelados tem todos que morrer”... Infantilidade, ou então... “Deveria ter pena de morte”... Como se isso fosse adiantar alguma coisa. Se matar bandidos funcionasse os EUA seria o paraíso, mas lá a violência, também, é grande. Mas, não vamos mudar de assunto. Não podemos nos deixar morrer... Deixar de sentir cada momento como se fosse o único. O ultimo significado para Morto que me chamou a atenção foi “Esquecido ou apagado da memória de alguém”... Esta talvez seja a pior morte. Digo isso, pois tenho plena consciência de que somos, ainda, aquelas crianças que lutam pela atenção de quem está a nossa volta. Precisamos viver na memória dos outros... Dizem alguns livros, que é melhor receber uma crítica ou uma carícia negativa, do que não receber nada. Pois a indiferença é a pior coisa que pode nos acontecer... Viver esquecidos e solitários... É, acredito que ser esquecido ou apagado da memória de alguém é realmente morrer. Pois a indiferença é a pior coisa. Precisamos nos sentir parte de algo, seja da família, de um grupo de amigos... Precisamos nos sentir inseridos na vida em sociedade. E, podem pensar o que for, mas todos nós queremos ser lembrados. Todos... Por mais que em apenas um coração. Digo isso, pois vejo isto em mim e nas pessoas que me rodeiam. E o pior... É saber que enquanto escrevo estas linhas muitos mortos estão encostando suas cabeças no travesseiro, com lágrimas nos olhos. Paralisados, pois, no tempo, vivendo na indiferença e se sentindo apagadas nas memórias de outrem... Sentindo-se solitárias, já que a sociedade as trata com indiferença. Por isso que ter fé é importante... Por isso as palavras são importantes. E é verdade... Uma palavra proferida é como uma flecha, quando falada não se pode mais voltar. E quem receber a “flechada”, jamais será o mesmo. Por mais que tente perdoar... A ferida vai estar sempre à mostra. Tenham fé amigos... e sintam-se parte deste mundo.



terça-feira, 24 de maio de 2011

O elefante e o medo

Em um dia chuvoso, como tantos outros, estava vendo um filme. Nem lembro qual era o nome, nem tampouco a história. Lembro apenas de uma cena. Um médico mostrou para o seu paciente uma imagem de um elefante preso em uma pequena estaca. Então sem entender nada o paciente perguntou: “O que é isso?”. Ele respondeu: “O que é maior... A estaca ou o elefante?”. “O elefante”, respondeu o paciente. “Por que ele não foge então?” – observando a reação do paciente emendou-“Pois está, desde criança, preso com esta corda nesta estaca. Então, agora, adulto ele acredita que não pode vencê-la, mesmo sendo muito mais forte que ela”, finalizou o médico. Enquanto desenrolava o filme fiquei a raciocinar... Quantas estacas nos prendem? O que acreditamos não poder vencer? Será que somos mesmo livres? Logo uma palavra figurou em meu corpo... MEDO. Estamos sempre com medo. Fomos criados através dele. Medo de apanhar, medo de cair, medo de ser pego no esconde-esconde, medo de levar bronca... Tudo envolve o medo. Quando crescemos, continuamos presos a esta estaca. É o medo de perder o emprego, que nos faz aceitar condições absurdas de trabalho. O medo de ficar solitário que faz com que, alguns, aceitem parceiros violentos e mesquinhos. O medo... Sim, estamos presos ao medo. Dizem que ele é necessário e acredito que seja... Mas não podemos nos aprisionar a ele. Nós podemos vencê-lo, e temos que o fazer, dizem, ao menos uma vez por dia. Sim... Ainda estamos presos a esta estaca. Observem suas atitudes e comecem a contar, quantas coisas deixamos de fazer por medo. Medo do novo, medo de um bandido, medo de morrer... Pense, reflita! Temos, pois, que romper esta barreira. Somos os elefantes? Não sei... Mas não podemos continuar aprisionados e ficar reprimindo o que sentimos e o que queremos. Vamos lá é hora de se expressar sem medo, sem se autocensurar. Afinal... Quantos universos novos deixamos de conhecer aprisionados nas mesmas estacas? Quantas oportunidades de conhecer o novo e expandir nosso conhecimento? Chega de perder oportunidades, pelo medo. Pense e reflita! Perceba as suas estacas e as vença, e, assim, verás um mundo diferente do que vês agora... Conheça as suas estacas, e veja a vida com mais sabedoria.




segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quarto Escuro

Estou em um quarto escuro e vazio. Minha voz quer apenas calar-se e sentir toda a minha tristeza. Toda a solidão trancafiada em meu ser... Nefando minha razão. Lembro da hipocrisia. Lembro de pessoas julgando e falando mal de outras. Vejo-me fazendo isso. Sinto-me péssimo e decido não mais falar nada de ninguém. Chega de buscarmos a perfeição que não temos. Chega de apontarmos os defeitos de outrem e esquecermo-nos dos nossos. Ligo meu som e apenas uma voz se ouve. Cantando emoções, compreendendo aonde quero chegar. Sinto-me mal e triste ao ver pessoas se dividindo por religião. Se dividindo por times, por gostos musicais, por opções sexuais... Por tudo. E me vejo fazendo isso também.  Minha nume grita para que isto pare... Afinal quem sou eu? Quem somos nós? Quais nossas diferenças? O que nos torna melhor ou pior do que qualquer um? Não consigo aceitar... Pessoas destruindo as outras para se elevar. Somos todos iguais. Somos um time! Uma equipe... E cada um tem sua importância. Todos nós contribuímos para esta sociedade de alguma forma. Chega de menosprezar os outros. Chega de buscarmos confortos em coisas fúteis e sem sentido. Está na hora de dizermos pura e simplesmente que precisamos da atenção dos outros. Precisamos nos sentir inseridos em algum grupo, nos sentirmos inseridos na sociedade, pois essa é nossa natureza. Estou cansado de viver preocupado com o que vão pensar de minhas atitudes. Estou cansado de zelar por uma imagem, de construí-la e me desconstruir. Agora tento me esconder por debaixo de minhas cobertas. Meu corpo sente a música penetrar em minha alma... “E nossa história, não estará pelo avesso assim sem final feliz, teremos muitos motivos pra cantar...”. Enquanto meus ouvidos e meu corpo digerem esses versos minha mente me metralha com minhas atitudes. É uma luta difícil e necessária. Não quero mais ser hipócrita. Não quer mais mentir para mim mesmo e nem me achar perito de coisa alguma. E no fim acabo descobrindo que nada sei desta vida... E que apenas uma coisa importa: o amor. Quero ter o amor de minha família de meus amigos e encontrar o amor verdadeiro de uma mulher. Viver coisas de verdade... Sentir mais que raciocinar e, assim, viver cada momento e eternizá-los com a máquina fotográfica! Fecho meus olhos e ponho-me a dormir, agradecendo e buscando me mudar. Lutando com meus eus...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A menina

A menina desce do carro e sorri quando vê sua mãe na esquina. Ela começa a correr como se estivesse defendendo o primeiro lugar em uma corrida de 100 metros. Ali naquele pequeno espaço de tempo e de felicidade, me percebo do outro lado da rua solitário e pensativo. Porque não corremos mais quando vemos nossos pais? Difícil de dizer. Talvez porque alguém escreveu em um manual qualquer que devemos ser “adultos” e defender nossas opiniões e nunca ouvi-los até quebrarmos a cara. Aliás, já não sorrimos mais com tanta facilidade, não sentimos saudades deles. Digo isso, pois vejo muitos amigos meus brigarem com a sua família e entrarem nas guerras familiares. Isso não é bom. Podes dizer o que for. Simplesmente é ruim. Pois quando você estiver triste e chorando a morte de seus entes, poderá perceber que a maior parte do tempo você ficou brigando com eles, ao invés de professar todo o seu amor. Ainda não sou pai, mas já percebo que a tarefa não é fácil, principalmente, quando os filhos crescem. Muitos se fecham em seu casulo e esqueçam a sua família, ou acham ridículos seus pais. Porém quem não é ridículo? Todos nós somos em algum momento. E enquanto penso isso, a menina termina sua olimpíada e abraça forte sua mãe que sorri de felicidade. Será que, quando crescer, esta menina terá toda esta felicidade ao ver sua mãe? Não vamos arriscar. Porém existe uma grande chance de ela começar a achar sua mãe careta e ridícula e tudo o mais que os filhos pensam. Mal sabe ela que todos os dilemas que ela enfrentará seus pais já enfrentaram. Não adianta amigos, podemos ter Ipod, Ipad, termos carros velozes e comunicação fácil... Mas nossa vida continua a mesma. Os mesmos dilemas. Continuamos buscando a atenção de outras pessoas para enchermos nosso ego e nos sentirmos vivos. Continuamos procurando algum grande amor, como naquele filme da idade média. Continuamos com todas as manias humanas. Ainda brigamos, falamos mal e tentamos impor nossas opiniões. Amigos, por isso vos digo, se quiserem ajuda procurem se utilizar da experiência de seus pais. Sempre dêem ouvidos a eles. Não façam tudo que falam claro. Porém escutem e reflitam. Enquanto ainda estamos crescendo e vivendo e experimentando, eles já estão buscando um pouco de paz e refletindo sobre coisas maiores que nós. Outra coisa... Vamos ser sinceros, somos parecidos com eles. Percebam. É como estava escrito em um livro que li há algum tempo. Ele dizia que os filhos homens geralmente brigam com os pais e gostam das mães, mas são mais parecidos com os seus pais. Já as mulheres são ao contrário, brigam com a mãe e amam o pai, mas são parecidas com suas mães. Acredito nisso. Agora a menina olha pra mim. Ela está de mãos dadas com sua mãe, sorri e me deixa só com meus pensamentos. Amigos, não percam tempo, amem seus pais.


terça-feira, 12 de abril de 2011

Para Viver um Grande Amor

Buscava um pouco de sabedoria. Peguei um livro de Vinicius, intitulado Para Viver um Grande Amor. Abro o elixir do conhecimento e da poesia. Meu coração salta e se emociona. Porém esta emoção não é dedicada a nenhum verso ou crônica escrita pelas mãos do poetinha. Os dizeres mais belos, de todo o livro, foram grafados por mãos leves de um sorriso fácil e batalhador. Simples sorrisos que por um tempo foram meu norte e formaram o cimento de meus dias. “Para meu poeta preferido. Amo você, beijão”. Até seu nome esquecera-se de colocar aquelas mãos. Disse-me para que colocasse, mas não quis estragar tão lindos dizeres e escritos com uma letra tão linda. Agora percebo que realmente não precisava estragar tão simples magia com minha letra feia, pois meu coração ainda lembra. Minha nume ainda curva-se ante as lembranças daqueles poucos, mas intensos encontros. Algumas festas... Abraços, beijos, os quais misturo na garrafa do tempo e bebo, bebo a cada segundo. Viciado que estou em relembrar aquela face bela que durante algum tempo foi meu norte. E por mais que o tempo passe e outra pessoa ocupe o lugar vago em meu corpo, aqueles versos simples grafados com amor e carinho sempre estarão em minha mente. Vagando pela imensidão do meu tempo, dos meus dias e da minha vida. Emocionei-me ao relembrar aqueles belos dias em que me vesti de luz e enfrentei a vida com a certeza de te ligar no fim do dia e contar minhas aventuras e você contar as suas. Fecho o livro. Tenho que ir para o jornal. É hora de trabalhar e depois estudar e, à noite, continuar minha leitura. Talvez consiga passar da capa e me deliciar com alguns versos do eterno Vinicius e, assim, com ele dividir minhas horas vazias. Talvez, no futuro, aquelas brancas e leves mãos escrevam mais e mais... Dentro de mim.


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Filosofia

Quando Platão criou sua escola em um jardim chamado Academos, em homenagem a um guerreiro ateniense, e esta passou a se chamar “Academia”, não imaginava ele que este termo perduraria até os dias de hoje, sobrevivendo a mais de dois mil anos de guerras e afins. Da mesma forma Demócrito – antes de Platão – havia afirmado que o homem e todas as coisas eram feitos de uma matéria indivisível a qual chamou de átomo. Hoje sabemos que os átomos podem ser divididos, porém o termo continua. Da mesma forma a palavra AMOR ou Ágape. E se continuasse, eu, a contar diversas histórias de termos criados por filósofos “pré-idade das trevas” escreveria mais de três laudas de texto, o que não é muito recomendado em se tratando de um blog. Porém, caros amigos, minha intenção com isto é mostrar o quanto ainda vivemos em uma sociedade moldada e totalmente influenciada pelos gregos e romanos. Pelos doutores da “verdade” que muito antes de cristo buscavam estudar a essência das coisas. Não analisavam apenas as características mas buscavam os diversos porquês. E minha grande pergunta é... Buscamos alguma essência atualmente? No amor, na vida em sociedade.... buscamos ? Acredito que não. Poucos são os que amam outro ser pela sua essência. O culto a beleza – outra coisa herdada dos gregos – está ganhando proporções absurdas. Mulheres e homens escolhem seus parceiros pela aparência ou então pela simpatia. Mas e a essência? Nem tudo que se diz é verdade. Não conhecemos nossos amigos e nossa família. Não os entendemos, não buscamos entender e nem tampouco conhecer o que há por trás dos sorrisos e lágrimas. Estamos simplesmente vivendo. E assim acabaremos sem evoluir. Sem nos conhecermos. Sem vivermos na totalidade. Sem sentirmos. Acredito que esta falta de humanidade, esta falta de abraços e amor tem nos levado a uma epidemia de suicídios e depressões. Afinal, como dizia Aristóteles, o homem é um ser político e depende da vida em sociedade. Logo, amigos, chega de nos enclausurarmos em nós mesmos, achando que nossos pensamentos e nossos desejos são tudo o que existe nesse mundo. É hora de ouvirmos os gritos de socorro de nossos irmãos. Chega de apenas conviver, vamos ser filósofos da modernidade e vamos buscar a essência de todos, incluindo nós mesmos. Afinal, ainda temos muito que aprender, pois nada sabemos como afirmava Sócrates. Mude sua atitude. Conheça filosofia. Leia. Abra sua mente e não seja uma ilha!

domingo, 3 de abril de 2011

As folhas que caem

As folhas caem devagar, giram e chegam ao chão. Uma por uma desfrutam o sabor da queda-livre e formam uma camada colorida. Ali elas encerram o ciclo de suas vidas. Porém a árvore se mantém intacta e forte. Agora, seus galhos nús formam uma paisagem lúgubre. Observo atentamente esta cena. "Somos as folhas!" - Grita meu coração. Nascemos na árvore da vida. Aprendemos seus costumes, nos prendemos a ela. Entramos em um ciclo vicioso e vivemos atados as mesmas grades, impostas pela árvore. Até que os ventos do tempo batem e nos libertam para o infinito.


quinta-feira, 17 de março de 2011

A nave do tempo

Minha Tia deu à sentença de morte a goiabeira em seu quintal. Ela será ceifada pelo tempo, já que ameaça cair. Porém com ela será ceifada, também, parte de minha infância. Minha nave fantástica... Que me levou - juntamente com minha prima Fernanda - a lutar em diversas galáxias e proteger a terra de uma invasão alienígena. E agora ela simplesmente será desintegrada pelo nosso maior vilão: O tempo. Ser o comandante desta velha nave era uma honra para mim. Nossas armas eram as próprias goiabas, ou então nossa pura imaginação. Descíamos e subíamos e lutávamos com destreza até aniquilar nosso inimigo. E quando chegávamos em casa tínhamos a sensação de dever cumprido. Fernanda, com sempre, era um ótima combatente. Corria e corria e buscava sempre finalizar sua missão. Naquela goiabeira, viajei para marte, plutão, Júpiter, Saturno... Viajei no tempo de minha infância. Conheci e desafiei os melhores lutadores do mundo. Eu e minha prima salvamos a raça humana das ameaças externas. Ali naquela velha goiabeira eu declamei a célebre frase de césar: “Vim, vi e venci”. No alto daquela árvore colhi muitos frutos. Dentre os quais se destaca a destreza. Aprendi ali a defender a minha pátria, minha espécie e a mim mesmo. Lutando e atirando com raios desintegradores, com bombas de hidrogênio. E ali, eu e minha prima, já entrávamos em contato com o maior desejo de todos os homens. O desejo de dominar e controlar a tudo. Nosso império era vasto. Já tínhamos dominado toda a galáxia. Éramos famosos guerreiros. Porém nossa velha nave agora descansará eternamente. E a nostalgia me domina, já que ali - naquela goiabeira - iniciei minha vida de soldado, combatendo os desafios dessa vida!


segunda-feira, 7 de março de 2011

Amor de verão

Caminhava na praia, sozinho. Foi quando vi, escrito na areia, dois nomes. Grifados, talvez, com muito amor. Ali naquela areia branca alguém escrevera: Felipe e Jéssica. Talvez o jovem casal quisesse demonstrar seu amor. Devem ter escrito juntos, de mãos dadas, depois ele disse algumas coisas de amor e num beijo selaram mais um momento feliz. Continuo a caminhar, e ao fitar o mar começo a imaginar. Como teria sido o primeiro encontro dos dois? Será que ele sempre passava na frente da loja da dela – como meu tio fazia? Será que se viam na faculdade? Talvez eles tenham se encontra na balada, ao som de uma musica eletrônica, aliás não consigo entender esse negocio de Psy e House... Para mim são todas iguais. Talvez estivessem bêbados de mais. Ela com as amigas Dançando e vendo-o com os amigos, como sempre, parados no canto. Então ele se aproxima, dança com ela. Ambos se olham e se beijam. Depois de muito amor carnal ele pergunta: “Qual o seu nome?”. E ali começa o interrogatório, ao menos ficam juntos. Pelo menos, até ela ou ele ir embora. Combinam então de se encontrar na praia. Ele ainda sem acreditar fala com o amigo: “Meu que gata!”. Impressionado vai ao encontro dela na beira-mar. Ambos se olham e percebem um ao outro. “Ela era um pouco diferente”, pensa ele, ao mesmo tempo em que ela pensa: “Ele era mais fortinho ontem”. Porém nenhum dos dois pode dizer não, agora que já está marcado o encontro. Ambos se olham e se beijam. A conversa é fácil e no calor do momento acham um graveto e escrevem os seus nomes. É deve ter sido assim. Acho que aquele negócio de ficar esperando dias e meses pelo primeiro beijo, realmente acabou. Volto para ver se encontro, novamente, a grafia de meus pombinhos. Porém o mar já levou consigo os dois nomes apaixonados que estavam ali grafados na areia do tempo.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A política e a politicagem

“O que é a política?”, perguntou o professor aos seus alunos do ensino superior. “É a arte de roubar dinheiro do povo”, respondeu um deles enquanto outro emendava. “É um sinônimo de corrupção”... E assim cada um foi respondendo de acordo com o seu ponto de vista, mas sempre mantendo a linha. Até que o professor olhou para cada um dos seus discípulos e disparou: “Errado! Todos vocês estão errados. Isso não é a política. O nome disso é politicagem. Senhores, infelizmente devo lhes dizer que essa visão limitada de vocês é que impede nosso amadurecimento político. A política é a arte de governar em prol do bem comum, através das relações humanas. Logo se você escolheu ter um, ou dois filhos em sua vida, esta é uma decisão política. Como? Simples. Antigamente quando éramos um país agrário as mulheres casavam com 14 anos e com 15 já começavam a ter filhos, já que a sociedade exigia isso dela. Seu pai pressionava para ter bastantes netos e o governo dava incentivo. Passado esse período, uma onda, nascida na Europa, fez com que os países começassem a adotar o controle de natalidade. A idéia chegou aqui e as mulheres começaram a não querer mais terem tantos filhos, pois já não encontravam incentivo para isso. A mentalidade, através de uma ação política, foi modificada e o nosso comportamento junto com ela. Atualmente ficamos horrorizados se vemos adolescentes com 15 anos grávidas. Então, Não podemos restringir a política e colocá-la como se fosse apenas o Estado ou os Políticos. Nós somos agentes políticos e todas as nossas atitudes influenciam no convívio em sociedade. Imaginem que vocês vão estacionar o carro, porém o estacionam de uma maneira que ele ocupe duas vagas, por exemplo, e uma pessoa chega no local, pois trabalha ali, e não encontra estacionamento, já que seu carro está estacionado ali, então ela estaciona longe, se atrasa para o serviço e é demitida. É uma possibilidade, mas que mostra como as nossas atitudes, que são políticas, influenciam na vida em sociedade. Não somos seres isolados. E você - gostando ou não – é influenciado por toda ação política, independente de onde ela inicie. Quando votamos estamos dando nossa parcela de decisão nas matérias que nos caberiam e entregando-a para quem votamos, legitimando assim o seu poder de decidir em nosso nome matérias que influenciarão nossa vida, como o salário mínimo, por exemplo, ou que moldarão nosso comportamento. Vamos supor que um deputado crie uma lei que casais de homossexuais podem se casar e adotar crianças, etc. Essa lei é aprovada. Logo vários casais começam a casar e a adotar crianças, ou utilizar barrigas de aluguel. A sociedade poderá, daqui a uns 15 anos, considerar isso comum, mudando o seu comportamento, que atualmente, ainda é preconceituoso. Lembrando aqui que não estou defendendo nenhuma posição, estou simplesmente levantando uma situação hipotética para que vocês entendam. Para concluir devo-lhes dizer, com pesar, que o Brasil é o país mais fácil de governar, atualmente, pois todos nós acatamos o que é decidido, justamente por não acreditar em mudanças por estarmos iludidos com a politicagem. Porém o que eu, você, ele... Nós! Fazemos para mudar esse quadro? Nada. Por isso que precisamos fortalecer e discutir a Política desde criança. Para que todos na hora de escolher entendam o processo de escolha e como funciona a democracia “presi-parlamentarista” deste país e assim ter mais sabedoria”. Terminada a fala o silêncio reinou na sala. Não saberia descrever se os alunos estavam pondo a mão em sua consciência, debatendo o assunto com seu auterego ou dormindo, como sempre.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Resposta

Um dia – não lembro qual – estava em uma roda de amigos quando um deles falou: “Queria fazer parte da história do mundo, sei lá, fazer algo grande”. Senti em sua fala um pesar. Não sei por que, mas na hora não soube o que responder. Até por isso escrevo estas linhas... Pois de muito pensar, acho que encontrei a resposta. Então aí vai... “Meu grande amigo, você pensa que para fazer história você precisa estar na frente de tudo, ou fazer algo grande? Não... nobre companheiro. Quando nascemos começamos a construir o mundo. O nosso mundo, ou seja, a nossa visão das coisas. Porém saiba que em nossos primeiros passos já estão contidas nossa pequena história. E ali, começamos a construir nossa casa. Todos que passam por esse ciclo – Nascer, Crescer e Morrer – terminam a sua construção, sendo que cada atitude é um novo tijolo. Cada erro e acerto... cada escolha... fazem parte desta casa que está inserida no vilarejo da História. Quem faz a história do mundo, quem faz o mundo, somos nós. Cada um dentro de sua função. O lixeiro, o gari, o empresário... cada um fazendo e contribuindo para a nossa vida em sociedade. Construindo a história. Acredito que somos operários do tempo. E trabalhamos para que possamos construir a nossa casa no vilarejo da História. Você faz história todos os dias. Ela é pautada por você. E um dia quando algum jornalista lhe entrevistar e você sair no jornal contando como eram os tempos em que você era criança, aonde se jogava bolinha de gude, se empinava pipa, existia pião... você lembrará do que lhe escrevo nesta resposta. Outra coisa, quem disse que você nunca fez nada de grandioso? Estais vivo ainda, homem. Viver já é algo grandioso. Agora a decisão de aceitar essa oportunidade é sua, pois se você decidir se esconder e viver em solidão será um morto. Você pode ser um simples lixeiro, ou um garagista, ou lavador de carros... mas saiba amigo, que o seu trabalho é fundamental para manter o mundo. Cada um doa um pouco de si, para que a sociedade funcione e a vida seja semeada nos sorriso alheios de satisfação. Resumindo... Você constrói a história do mundo todos os dias!!! E o fato de você estar vivo, lendo este texto em seu trabalho, mostra o quanto você é importante, não só para mim, mas para toda a sociedade que depende do seu pouco, para que possa caminhar”.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nostalgia

Com um sorriso tímido e um olhar aconchegante a senhora Henriqueta Meller Casagrande me recebeu em sua casa para contar a sua história. A história de uma Cresciuma, que nascia menina, não no berço de carvão, mas no berço da lavoura e da labuta. Dona Henriqueta nasceu em 1917 e aos 18 anos casou-se com Defende Casagrande, um dos 15 filhos de Augusto Casagrande. “ Conheci meu marido em um enterro, ele me viu e me achou bonita. Namoramos e casamos”, contava-me ela. Após o casamento, Henriqueta viveu 15 dias na casa de sua sogra Cecília Darós Casagrande, mulher de Augusto. No casarão, onde hoje é o museu histórico e geográfico Augusto Casagrande, ela percebeu a rotina da família advinda da Itália. “Seu Augusto veio com seus pais Giuseppe e Augusta. Na Itália Augusta era ama-de-leite e tinha muitas gratificações por isso. Porém já que a família vinha para cá ela veio. Tomava diversos banhos por dia. Estava sempre pegando água do poço”, dizia Henriqueta. Porém seus olhos estavam acuados e sua memória, um pouco apagada, de 93 anos, lembrava de algumas histórias. Suas filhas, também, contavam alguns causos que iam me levando para um mundo distante e totalmente diferente do atual. “O quintal da minha sogra era onde hoje é o Criciúma Shopping, ela ia todos os dias colher verduras para o almoço. A olaria de seu Augusto era próxima de onde hoje é o city clube. Ele possuía muita terra, e além da alvenaria, tinha diversas cabeças de gado e plantação. Tinha , também, uma fazendo em Tubarão”, e enquanto ela e suas filhas forçavam suas mentes eu me deleitava em minha imaginação. Deitava nos campos e via o sol se por. Cavalgava por toda a Cresciuma. Carregava os tijolos da olaria para as primeiras casas da cidade em um carro de boi. Brincava no seleiro e jogava bocha todos os domingos comendo um bom queijo e bebendo um bom vinho, como os Casagrandes. Eu saia de minha Criciúma e viajava por Cresciuma. Saia da aurora brilhante de uma nova e feliz geração e bradava os colonizadores. Italianos, negros, árabes, portugueses, dentre outros... Que transformaram a mata em uma cidade pólo no estado. E a nostalgia sentida por dona Henriqueta, passava em meu coração, transformando-se me um eco que fazia meu alterego gritar: Como é rica a nossa história. Viva a Cresciuma!

P.S. Só para titulo de informação. O casarão onde viveu Augusto e Cecília, juntamente com seus filhos, foi doado para o Município em 1978 pelos netos de Augusto, para que fosse instalado um museu da imigração, nas comemorações do centenário, com a condição de que o novo museu levaria o nome de Augusto Casagrande.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Enchentes: culpa de quem?

Bastaram algumas horas de chuva forte e o mundo desabou... Lágrimas e tristeza tomaram conta da cidade. Porém a culpa é de quem? De todos. Alguns podem pensar que o governo é o total culpado, ou então a meteorologia que não previu. Outros ainda acreditam que é um castigo divino... E enquanto todos buscam apenas um culpado a verdade se esvai com a correnteza do rio do esquecimento. Esquecemos que a terra existe a bilhões de anos, muito antes de nós. E que nela esses fenômenos sempre foram comuns. Porém quando o homem começou a ocupar este planeta... Os problemas começaram. Grandes países e culturas começaram a se formar ao redor dos rios, como o Egito, por exemplo, para que assim pudesse garantir a sua água. Logo em nossa Criciúma não foi diferente. Esta cidade de 190 mil habitantes nasceu no leito do rio Criciúma e cresceu e se desenvolveu ao redor dele, ou melhor, em cima dele. Outros exemplos são a Vila Francesa e o Sangão, locais onde as casas ficam a menos de 100 metros do rio. Logo é fácil se prever uma catástrofe desta proporção com 2,4 mil desalojados e 100 famílias desabrigadas, tendo em vista que todo o rio possui sua área de transbordo, as quais, atualmente, estão ocupadas. Estas áreas de transbordo servem justamente para pancadas de chuva como as de terça-feira (18) e quarta (19), aonde os rios teve que dar vazão a uma quantidade de água para a qual não estão preparados. Logo os leitos não suportaram o volume da água e os rios transbordaram, alagando os pontos já citados. Então a culpa é de quem? Nossa. A culpa é nossa. Humanos que culturalmente desenvolveram civilizações inteiras nas margens de rios. E como dizia o médium Chico Xavier, a vida é um eterno recomeçar. Então recomecemos amigos a reconstruir essa cidade que tanto amamos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Festas de ano novo

E se passaram as festas de final de ano.... Festas estas que movimentam o falido comércio e o abastecem para a temporada. Festas que nos fazem esquecer – por alguns dias- de nossas obrigações (em meu caso deste blog). Porém com as pequenas férias acabando tudo volta a “normalidade”. E os encargos esquecidos surgem na memória. A rotina de praia, de festas... cervejada... Tudo cai no esquecimento. Lembrando claro, que enquanto estávamos de braços cruzados, muitos já caiam no trabalho árduo de sobreviver neste mundo cão. Então voltarei a escrever aqui, minhas crônicas desafinadas... Que possuem algum conteúdo, acredito. Talvez sirva para alguns... Talvez não, pouco importa. Escrevo para os pequenos, mas qualificados leitores deste blog. Decidi então senhores... Manter uma postagem semanal. Sendo que em cada nova semana, um novo texto irá figurar neste especo. Começando por este... Poderia falar da falta de responsabilidade dos bêbados no réveillon ou então das festas de natal, mas acredito que não sou tão velho e ranzinza para perder a fé nessa nossa geração da informática. Decidi escrever nestas linhas um pouco do que espero para este ano. Nossa “presidenta” empossada, juntamente com os mafiosos de sempre. Nosso novo governador, também, empossado e, a exemplo de Dilma, também, com a máfia ao seu lado. E tudo que podemos fazer dentro desta “dinheirocracia” tola é torcer para que nossos novos governantes façam um trabalho digno e honesto, um trabalho voltado para quem os elegeu e confiou a eles sua parcela de decisão nos rumos do país e de nossa bela Santa Catarina. Que eles possam cumprir suas promessas e levar maior qualidade na Educação e Saúde, índices esquecidos em nosso mundo verde amarelo. Os sem-fé, podem dizer que todos são iguais e que nada irá mudar. Porém eu acredito. Acredito, sim, que a mudança existe e que os políticos , a exemplo de todos nós, são joio e trigo. Só quero que esses novos governantes não continuem com a farra e os escândalos que alicerçam Brasília. Chega de corrupção... e se nada mudar, amigos, vamos as ruas! Vamos lutar! Chega de esperar uns pelos outros... temos é que nos unir e não ficar perdidos reclamando de tudo. Sonhador? Talvez eu seja sim, pois carrego comigo a certeza de que os sonhos são o tecido da alma. Talvez nosso solo precise voltar a sonhar com os dias de luz. Em 2011 amigos, mudemos nosso comportamento. Já que somos todos políticos, pois criamos uma imagem nossa e a vendemos para os outros, então que sejamos politicamente ativos. Vamos mudar este país já que “um sonho que se sonha só, é só um sonho se sonha só. Um sonho que se sonha junto é realidade”, como cantaria Raul Seixas. Vamos sonhar juntos! Unidos e em Uníssono.