segunda-feira, 30 de maio de 2011

Morto...

Movido de uma estranha curiosidade me deparei procurando pela definição de morto no meu dicionário Michaelis. Entre os significados, alguns me chamaram atenção, como “Paralisado, sem movimento”. E assim, percebi que muitos viviam. Paralisados em seus mundos, pensando apenas em seus problemas, como se vivêssemos em uma sociedade em que ninguém fosse dependente dos outros. O que pode ser até professado por alguns, mas que na prática não é válido, já que todas as nossas atitudes refletem a nossa volta. E o que é a vida se não um amontoado de conversas, relacionamentos e sentimentos? Porém, não é isso que quero discutir... Sei que comecei a lembrar de todos que conheci que viviam apenas os seus problemas. Paralisados no tempo... Sem mover-se, sem modificar seu modo de vida... Sem refletir. Vivendo, mas sem ter experiência. É, pois como dizia meu tio: Só é experiente quem vive a experiência, ou seja, quem reflete e se reinventa a todo o momento em uma “metamorfose ambulante” é que aprende a viver. É “Não pare na pista”... Não fique sem movimento, não deixe a morte chegar... Outro significado que povoou minha mente foi “Insensível ou indiferente a qualquer sentimento”. Quantos vemos por ai, que já não sentem nada... Caíram no perigoso vale do comodismo e vivem as mesmas coisas todos os dias... Pessoas que deixaram com que a sua rotina, e sua paralisação as deixassem frias com o mundo e consigo. Talvez, por este motivo, às vezes nos deparamos com absurdos, professados por pessoas sem coração. Tais como: “Esses favelados tem todos que morrer”... Infantilidade, ou então... “Deveria ter pena de morte”... Como se isso fosse adiantar alguma coisa. Se matar bandidos funcionasse os EUA seria o paraíso, mas lá a violência, também, é grande. Mas, não vamos mudar de assunto. Não podemos nos deixar morrer... Deixar de sentir cada momento como se fosse o único. O ultimo significado para Morto que me chamou a atenção foi “Esquecido ou apagado da memória de alguém”... Esta talvez seja a pior morte. Digo isso, pois tenho plena consciência de que somos, ainda, aquelas crianças que lutam pela atenção de quem está a nossa volta. Precisamos viver na memória dos outros... Dizem alguns livros, que é melhor receber uma crítica ou uma carícia negativa, do que não receber nada. Pois a indiferença é a pior coisa que pode nos acontecer... Viver esquecidos e solitários... É, acredito que ser esquecido ou apagado da memória de alguém é realmente morrer. Pois a indiferença é a pior coisa. Precisamos nos sentir parte de algo, seja da família, de um grupo de amigos... Precisamos nos sentir inseridos na vida em sociedade. E, podem pensar o que for, mas todos nós queremos ser lembrados. Todos... Por mais que em apenas um coração. Digo isso, pois vejo isto em mim e nas pessoas que me rodeiam. E o pior... É saber que enquanto escrevo estas linhas muitos mortos estão encostando suas cabeças no travesseiro, com lágrimas nos olhos. Paralisados, pois, no tempo, vivendo na indiferença e se sentindo apagadas nas memórias de outrem... Sentindo-se solitárias, já que a sociedade as trata com indiferença. Por isso que ter fé é importante... Por isso as palavras são importantes. E é verdade... Uma palavra proferida é como uma flecha, quando falada não se pode mais voltar. E quem receber a “flechada”, jamais será o mesmo. Por mais que tente perdoar... A ferida vai estar sempre à mostra. Tenham fé amigos... e sintam-se parte deste mundo.



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