quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A memória

Dizem que a memória é a fonte para sabermos o futuro. Podemos projetar trinta anos, utilizando apenas a memória e a observação. Uma crise, por exemplo, não surge em nossa vida ou em nosso mundo do nada. Ela dá sinais e sinais até alcançar seu apogeu. A noite que você foi grosso com a sua mulher, o dia em que brigasse com um desconhecido, tudo leva a algum lugar, a algum futuro. As escolhas, os caminhos, e como caminhamos definem o que seremos ou o que não seremos.

Só existe um senhor que pode nos contar se acertamos nossas previsões: o tempo. A memória e o tempo. O tempo pode acabar com uma memória, ou uma memória acabar com o tempo e ficarmos sem saber quando se passou. Lembro de diversas experiências e de como me senti. Porém se não lembrasse? Se não soubesse quem sou? Como viveria?

Como uma criança. Assim, sem saber de nada. Provando sabores conhecendo novos atores, novos odores e novas faces. Vivemos no mundo da lógica, mas se não existisse memória? Talvez desaprendêssemos coisas como Ironia, maldade, palavras que, ao longo da vida, se fazem presentes em nossa alma. Memória que falta a massa brasileira, digo massa porque ainda temos uma identidade fraca como brasileiros. Um senador coloca dinheiro na cueca e quatro anos depois nos perguntamos: Quem era mesmo aquele senador...? E ninguém sabe responder. A culpa, porém, é do excesso de informações.

Sabemos o passado de nosso país, então podemos projetar um futuro de escolas em ruínas e uma saúde falida, enquanto magnatas ganham milhões e aquecem, a “terceira” maior economia do mundo, o  que, como insistem em mentir os economistas, culminaria em uma divisão de renda melhor. Não se iludam, a fome é um mal necessário para a economia, a violência também. Como li em algum lugar: “ Em um mundo sem violência, para que policia? Para que segurança privada?” mais um nicho de consumo sumiria. Assim, como se não houvesse doenças ou vírus de computador.

Então, meus amigos, pensem no passado do nosso país e pensem no que viveram para projetarem seu futuro. Porém como tudo é incerto, não tenham certeza. Lembrem-se é só uma projeção turva e sem sentido, mas que pode nos ajudar a acabar com as surpresas desagradáveis. A memória é o palanque eleitoral do futuro. Lembrem-se amigos, não dos nomes, mas dos sobrenomes.

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