Hoje, com esta chuva, o dia parece passar lentamente e as lembranças do que se foi perdem-se na escuridão do meu quarto. Teu rosto, lívido e branco, surge na parede e rabisca, ao lado do meu rádio, frases de amor. Meu coração, como criança apaixonada, pensa em escrever besteiras. Escrever, aquelas coisas ridículas de um romântico que já não existe em nosso mundo.
Sinto vontade de te comparar as rosas, de cantar tua beleza e sentir o teu olhar sob mim. Porém creio que você não entenderá, ou achará ridículo. E na próxima noite, com aquele mesmo cara, você irá fingir ser feliz. Fingir, sim! Pois ele não se importa com você. Apenas quer te usar. Talvez, seja isso o que você quer. Não sei.... Já te falei sobre meu amor. Mandei-te meus poemas... E ,no fim, você nem os leu.
Talvez esse negócio de romantismo esteja mesmo morrendo devagar, como um soldado ferido na guerra: sangrando e perdendo a vida lentamente. Enquanto o hedonismo – prazer pelo prazer – cresce e move a máquina consumista. Na escuridão do meu quarto, sinto meu coração se apertar. Será que sou o último romântico? Creio que não. Apenas, sou mais um ridículo, tentando demonstrar meu lado mais afetivo.

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