Outro dia, a caminho de algum lugar que já não lembro, passei pela capela mortuária de meu bairro, o Rio Maina. E ali, ao lado do cemitério, pessoas aglomeravam-se para presenciar o último momento de uma pobre alma. Os carros ocupavam a maior parte da pista e a morte fazia com que as lágrima criassem um rio de arrependimentos dentro de cada ser. De súbito, eu que odeio velórios, lembrei-me de uma das minhas primeiras grandes perdas e voltei aquele dia de janeiro. Eu e meus primos tínhamos chego umas seis horas da manhã da noitada. Estávamos dormindo e fomos acordados para irmos a um almoço.
Chegando lá, almoçamos e depois de um tempo alguém do hospital, onde meu tio estava internado, ligou dizendo que ele estava passando mal. Todos os seus irmãos correram ao seu encontro e rodeado de irmãos ele deu seu ultimo suspiro. As lágrimas, presença inevitável na dor, fizeram-se presentes mais uma vez. Nós choramos por egoísmo, pois queremos ter aquela pessoa pra sempre e não suportamos não mais vê-la, mas isso é tema para outra crônica... Descobri, em meio aquele caos de consciência, que a morte é que dá tempero a vida. Se vivêssemos, como querem as religiões, eternamente, o tédio se tornaria nosso único irmão e os momentos não seriam mais aproveitados. Afinal, amanhã poderíamos ver nossos amigos novamente.
Nossa consciência do fim é que nos move. Precisamos da morte, pois sem ela não teríamos gosto pela vida. Saber que tudo vai acabar faz com que vivamos e procuremos à vida! ... Sem a morte, porém, talvez tudo se tornasse igual e monótono.

Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirme arrepiei até hauhau
ResponderExcluiramei:)