Estava em uma roda de amigos, como sempre, em algum bar. Ao nosso lado uma mulher e um cara conversavam, não sei bem se era uma conversa, pois, pelo que percebi, só ela falava. Ouvi-o chamar de Janice. Ela era morena tinha olhos castanhos e um rosto para dentro, não sei se o caro leitor irá entender, mas ela tinha o rosto para dentro.
- Jorge... Você não sabe o que aconteceu....
- Fala Janice.
- Meu patrão chegou pra mim e disse: “Para de fazer essa unha e vai trabalhar se não te demito”. Aquele arrogante. – pausa de uns dois minutos.
-Janice, o que você acha de comprarmos uma casa?
- Jorge, aquele cara não presta sabia? Dizem que ele tem duas amantes. Porque fui trabalhar naquela espelunca? – nova pausa.
- Janice, o que você acha de compra....
- Ainda vem reclamar de mim! Cara de pau sem vergonha desgraçado. - silêncio.
- Janice... – disse quase perdendo a paciência- o que você acha de ....
- Eu ainda pego aquele cara. Uix! Onde já se viu me mandar trabalhar.... Aquele gordo nojento! – Ele deu um soco na mesa e ela nada percebeu envolvida em seu raciocínio, fitava apenas o vazio.
- Pela ultima vez vou tentar... Janice!
- Que foi?
- O que você acha de comprarmos uma casa!?
- Nossa, Jorge, porque você está falando nesse tom comigo?
- Janice...
- Eu que levo bronca do meu patrão e tu que fica brabo desse jeito? Você está pensando o que? Tentando descontar seu dia ruim em mim. – Ele a fitou e ficou em silêncio. Desistiu. – Meu deus Jorge, que falta de consideração comigo! Eu que sempre te escuto...
- Janice. – tentou pela ultima vez.
- Ta loco... Há dois anos que venho com este relacionamento. Acho que só porque sou mais bem sucedida que você.... Você fica falando comigo dessa maneira grosseira! Ta loco! Você está pensando o que? Que pode falar dessa maneira comigo? Eu sou uma dama! Ouviu Jorge, Uma DAMA! Jorge? Cadê você? Jorge!!!!!!! Não me abandone falando sozinha! Cadê você seu crápula!
Jorge olhou pra mim, já meio longe do bar, sorriu e gritou: “Aleluia”. Acho que estava comemorando sua liberdade. Janice ficou mais uns minutos perdida em devaneios e tentando entender, às lágrimas, o que tinha ocorrido. Estava tão absorta no que falava que nem percebera seu amado levantar-se correndo e sair. Pelo o que meus amigos falaram, já não era o primeiro cara que a abandonava. Ela fitou nossa mesa, mais precisamente, me fitou com aquela cara de derrota e deu uma piscadinha. Olhei para meus colegas, eles me olharam: “ Vai lá ela é gata cara, ta te dando bola!” Decidi, então, agir. Chamei o garçom e com toda a coragem do mundo disparei: “Traz a conta!”.

Muito show!!! =)
ResponderExcluirSe voce continuar assim, vai acabar lançando um livro!! uahsuashaus
Falous Mano
Jean Luca Colombo