terça-feira, 28 de março de 2017

A chuva!


Enquanto a chuva caía muitos questionamentos vinham em minha cabeça. Que personagem… a chuva. Vale uma crônica. Muitas vezes amada e outras odiada. Algoz do amor e do ódio. Talvez a chuva seja a essência da dualidade da existência. Afinal, quantas cenas de pessoa chorando ou se beijando na chuva já passaram no cinema? Esse duplo papel é que é instigante e intrigante. Como no campo. Já que chuva de menos ou de mais podem destruir uma lavoura. Ela tem que ser na medida exata. Ou na cidade. Já que quando está calor, todos a querem mas se é demais provoca enchentes e destruição. Amada e odiada. Salvadora ou destruidora. Viram porque a chuva merece uma crônica? Não ela não me veio trazer memórias de criança. Mesmo que jogássemos futebol toda vez que sua presença era garantida. E que depois das partidas chegava molhado e sujo, mas com um sorriso no rosto. Os medos durante as tempestades e a chuva mandando seus raios avassaladores ou pedras de gelo. Você pode pensar nela apenas como um fenômeno natural. Com suas explicações científicas. Mas já parou para pensar na chuva como uma personagem? Que grande mensagem ela traria para a sua audiência, não acham?. Ou seria um espelho? Afinal, carregamos essa dualidade dentro de nós. Somos destruidores e salvadores. Responsáveis pelos maiores atos de amor e de ódio. Carregamos dentro de nós capacidade para construir ou destruir. Fertilizar ou secar. E como a chuva…. desempenhamos nosso papel dentro da natureza, que pode ser uma metáfora para a sociedade. Não me admira que a natureza seja mãe de muitos deuses antigos e lendas. Com toda essa força dentro de si. Bem como não me admira a existência de um deus humano. Afinal o que é a chuva? o que somos nós? Esse texto pode parecer besta. Porém muito mais do que respostas. Busco pelas perguntas. E no meio dessa tempestade de pensamentos que se transformam em frases, fica a certeza de que pouco controlamos a nós, os outros ou a chuva que caí nesse momento. Lavando ou inundando a alma. Trazendo amor, ódio, lamento e paz. Enquanto uma música toma conta do pensamento…. “Eu perdi o meu medo, meu medo da chuva, pois a chuva voltando para terra traz coisas do ar. Aprendi o segredo o segredo da vida, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar….”.

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