quinta-feira, 17 de março de 2011

A nave do tempo

Minha Tia deu à sentença de morte a goiabeira em seu quintal. Ela será ceifada pelo tempo, já que ameaça cair. Porém com ela será ceifada, também, parte de minha infância. Minha nave fantástica... Que me levou - juntamente com minha prima Fernanda - a lutar em diversas galáxias e proteger a terra de uma invasão alienígena. E agora ela simplesmente será desintegrada pelo nosso maior vilão: O tempo. Ser o comandante desta velha nave era uma honra para mim. Nossas armas eram as próprias goiabas, ou então nossa pura imaginação. Descíamos e subíamos e lutávamos com destreza até aniquilar nosso inimigo. E quando chegávamos em casa tínhamos a sensação de dever cumprido. Fernanda, com sempre, era um ótima combatente. Corria e corria e buscava sempre finalizar sua missão. Naquela goiabeira, viajei para marte, plutão, Júpiter, Saturno... Viajei no tempo de minha infância. Conheci e desafiei os melhores lutadores do mundo. Eu e minha prima salvamos a raça humana das ameaças externas. Ali naquela velha goiabeira eu declamei a célebre frase de césar: “Vim, vi e venci”. No alto daquela árvore colhi muitos frutos. Dentre os quais se destaca a destreza. Aprendi ali a defender a minha pátria, minha espécie e a mim mesmo. Lutando e atirando com raios desintegradores, com bombas de hidrogênio. E ali, eu e minha prima, já entrávamos em contato com o maior desejo de todos os homens. O desejo de dominar e controlar a tudo. Nosso império era vasto. Já tínhamos dominado toda a galáxia. Éramos famosos guerreiros. Porém nossa velha nave agora descansará eternamente. E a nostalgia me domina, já que ali - naquela goiabeira - iniciei minha vida de soldado, combatendo os desafios dessa vida!


Um comentário:

  1. Boa, viajar na nave da infância, uma nave onde embarcam tantos sonhos, tantas esperanças, tanta imaginação. Gostei muito do texto. A goiabeira do quintal será engolida pelo tempo, mas o importante é que as lembranças residem vivas. Abraço, brother =)

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