O amor simplesmente chega arromba a porta e entra. E não tem essa de pedir licença não. É na porrada mesmo. Às vezes pode demorar uns dias, meses ou anos, como, também, um instante. No meu caso demorou o tempo de um beijo. O primeiro beijo. Foi tiro e queda. Um beijo e já senti um estalo em meu peito. Uma certeza que vinha das profundezas do infinito e que acertava meu coração. Era o amor quebrando tudo ou a flecha de algum cupido. E , desta forma, começa o ciclo dos amantes. Primeiramente vem a ilusão de que tudo é perfeito e que sempre será. Até que alguma atitude do ser amado vem e bagunça tudo. E, desta forma, se aprende a primeira grande lição: “Quem ama perdoa”. Sim! Quem ama perdoa os erros do ser amado, não incluamos nessa máxima alguma traição. Porém não existe uma fórmula perfeita. Porque o amor não vem com bula, nem tampouco com alguma legislação ou código civil. É um sentimento um pouco anárquico que se constrói dia a dia. Aprendendo com cada novo ato da vida conjugal. Até que os defeitos começam a aparecer, um por um. E, desta forma, aprendemos a segunda grande lição: “Quem ama compreende”. Isso mesmo... Não existe amor, se não há compreensão. Digamos que, talvez, essa palavra seja o grande cimento de um relacionamento. Entender os defeitos um do outro e aprender a conviver com eles. Já que existem, também, as qualidades. E é ai que começa a se criar uma dinâmica de casal. E as coisas começam a andar e a serem decididas em consenso. Já que em um relacionamento não pode existir um mandante, ambos têm que se dedicar e se furtar de algumas coisas. Se a balança pesa apenas para um lado, problemas hão de surgir. E é geralmente quando começam os problemas ou então algum engraçadinho começa a se aproximar que a sirene toca. E aí entra outro sentimento, irmão do amor: o ciúme. Quem não souber controlar esse sentimento, pode se dar mal. E assim, quando as suspeitas são infundadas, se aprende a ultima grande lição: “Quem ama confia”. Não há sentido em se aventurar em um relacionamento sério se não houver confiança. Claro que a confiança se constrói com o tempo e com as declarações dadas todos os dias. Sim! Todos os dias, para que nenhum dos dois esqueça o porquê de terem decidido encarar esse grande hospício chamado mundo de mãos dadas. Talvez a confiança seja a base da casa do amor. Confiança, perdão e compreensão. Palavras fundamentais, porque embora o amor invada nossa residência sem avisar é preciso tratá-lo bem para que ele fique aconchegado e não vá embora. Há um ano o amor invadiu minha casa e junto com ele entrou a felicidade.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Laços
As pequenas mãos tocam os dedos grandes e, após reconhecer o toque, o abraçam. O sorriso se faz presente na dona das mãos grandes e mãe das pequenas. Tão pequenas que lutam contra a morte. Porém o sorriso, por de trás dos tubinhos de oxigênio, é visível, enquanto as pequenas mãos seguram o grande dedo. Porém, quando a enfermeira vai ajeitá-lo outra energia toma conta da cena, como se o pequeno soubesse exatamente quem o está tocando, apesar de possuir apenas dois meses. É como se um cordão umbilical invisível unisse, mãe e filho. Uma magia, inexplicável. Que se faz presente nos olhos da mãe, que – cheios de lágrimas – sonham em ver aquele pequeno desfilar pelo mundo e encantar a todos. Olhos que tem dentro de si a esperança de ver, um dia, aquelas mãos serem utilizadas para o trabalho digno, para abraçar o amor e ajudar ao próximo. Olhos que, cheios de lágrimas, parecem sentir cada segundo de dor e agonia da pequena mão, que flutua no ar como se procurasse o grande dedo. A alegria se mistura com a tristeza. Alegria de ter, finalmente, conseguido ter um filho e tristeza por ele estar em uma incubadora entre a vida e a morte. Enquanto toca aquele pequeno, o sorriso se apresenta nos lábios da mãe. Porém quando se afastam, por um segundo, o coração já começa a chorar. Cada telefonema, um novo susto. E a luta continua. Sempre sendo renovado por aquele singelo segundo em que as pequeninhas mãos agarram com amor e ternura o grande dedo. Transformando física a ligação divina entre uma mãe e um filho. Que essas pequenas mãos não se esqueçam dessa batalha, nem tampouco das que virão. Para que, um dia, possa agradecer aos grandes dedos tudo o que foi conquistado. Que essas pequenas mãos, não sejam um dia significado de morte para aqueles olhos cheios de lágrima que tanto sonham com um futuro feliz para toda a família. Como tem acontecido, em alguns casos. Que dinheiro e bens matérias não façam esquecer o cordão invisível deste amor inexplicável. Deste sentimento divino. Os pequenos dedos agora repousam, enquanto a mãe sai do hospital. Acabou o horário de visitas. Porém no próximo dia ela retornará. Até que aquele pequeno possa em seus braços dormir, correr, chorar, ser amamentado e, enfim, viver plenamente
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