quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Amor e Paixão

- Amiga, estou cansada. Uma hora ele diz que me ama, na outra volta atrás. Não sei mais o que pensar. É um vai e vém, toda hora! – comentava uma mulher com sua amiga.

- Toma uma decisão logo. Se ele não se decide, joga na parede. Diz que se ele não quiser ter um relacionamento sério, que procure outra. – respondeu a amiga.

- Mas eu tenho medo que ele se afaste. Amo muito ele.

- Nossa, conheceste ele faz um mês. Que amor é esse?

Neste momento, as duas olharam em minha direção e perceberam meu interesse no assunto alheio. Porém nos seus olhares, não existia amizade. Então abaixei minha cabeça, envergonhado por tamanha indiscrição, perguntando-me: “Que amor é esse?”. É engraçado como este sentimento anda banalizado. Um mês, e pronto, algumas mulheres acreditam ter encontrado o amor de suas vidas. Será que isso é carência? Pode ser. Porém o que me atenho é como o amor e a paixão são confundidas no “mundo real”. Sou daqueles que não acredita em “amor a primeira vista”, mas sim em paixão. Não se pode amar outro ser, apenas em um olhar. Porém alguma fagulha pode ser acesa. A paixão tem sintomas parecidos com o amor, porém com uma intensidade muito maior. O coração começa a arder, como um vulcão em erupção. A pessoa, objeto do desejo, não sai do pensamento e o frio na barriga aparece todas as vezes que, por algum motivo, esbarramos com tal pessoa. E quando isso acontece, a pele começa a sentir cada toque daquelas mãos, cada gesto passa a ter outro sentido. E sempre paira a duvida: “Será que ela (e) está afim?”. Quando a pergunta é respondida, e vem o primeiro encontro tudo começa a mudar. O encanto aumenta ou morre. E a cada novo jantar, se deu certo, a paixão vai aumentando. Até que, depois de alguns meses, vêm a grande decisão, o grande passo, ou melhor, a grande pergunta: “Quer namorar comigo?”. E assim o sentimento tende a crescer cada vez mais. E o amor? Bom o amor pode demorar a acontecer. Existem paixões que duram anos. O primeiro sintoma do amor, geralmente, aparece quando damos de cara com os defeitos do outro. Quando tiramos a maquiagem e olhamos a face limpa. E, assim, começa a tarefa difícil. Ainda existe aquela chama que arde, mas a intensidade é menor. O frio na barriga agora tem outros motivos. E sim! É uma tarefa difícil. Amar é aprender a conviver com as qualidades e defeitos do outro. É discutir e se reconciliar. É estar sempre dando forças e ajudando um ao outro. É querer estar sempre de mãos dadas. Compartilhar uma existência. Amar é ser amante e amigo. Conviver com as loucuras de um do outro e compreender que todos erramos e acertamos. E que perfeição só existe no dicionário. Por isso o perdão é a mãe do amor. Sem perdão, nenhum sentimento pode florescer. Então temos que tomar cuidado, ao sair por ai dizendo: “Eu te amo”, ou então acreditando que aquela pessoa, que conhecemos a pouco é o nosso amor. Já que a vida é muito mais rica que um conto de fadas.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

No alto daquele morro

No alto daquele morro, perdido entre as praias de torres, a paz veio me visitar. Olhou em meus olhos e abraçou o meu coração. No alto daquele morro, juntinho ao meu amor, a paz conversou comigo enquanto fitávamos o infinito oceano azul. Era como se eu fosse imortal. No alto daquele morro, não existiam preocupações. Ninguém era preto, amarelo ou branco. Ninguém era rico, pobre ou classe média. Nada era medido. Não existiam perdedores, nem tampouco vencedores. Estava eu longe de guerras psicológicas. Sem precisar provar nada para ninguém. Sem ter que lutar para sobreviver. Era apenas eu, meu amor e a paz dentro de mim. Meus atos, minha imagem e meu ser não eram julgados a cada instante, a cada passo. Não havia regras de etiqueta, nem apelos morais ou legais. Não existiam posições sociais. Nem tampouco, existiam horas para se cumprir. Horários para ir e vir. Cobranças pelo feito e não feito. Era apenas eu, meu amor, a paz e o oceano.

Cada vez que fitava aquele azul, percebia o quão pequeno sou. Diante daquela imensidão me via como uma gota, perdida entre sete bilhões. Lutando para ocupar meu espaço naquele infinito. E embora as ondas insistissem e me levar de volta para o começo, não desistia e continuava. Vencendo, devagar, cada barreira. Renovando-me em cada novo ciclo, ficando cada vez mais forte. Até o sol bater e eu evaporar e voltar ao oceano de outra forma. Quantas gotas, naquele oceano, desistiam na primeira onda? Quantos deixavam com que o desanimo fosse seu melhor amigo? No alto daquele morro a paz invadiu meu ser. E ali abraçado ao meu amor, meus sofrimentos começaram a bailar pelo meu corpo. Mostrando tudo o que me ensinaram. Refleti sobre cada passo errado. Comemorei cada acerto. No alto daquele morro, entre as praias de torres, a paz, vestida de branco, invadiu meu ser. E por eternos instantes, encontrei-me com meu intimo. E ali, quando beijei meu amor, descobri que a coisa mais importante da vida é a própria vida.