quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nostalgia

Com um sorriso tímido e um olhar aconchegante a senhora Henriqueta Meller Casagrande me recebeu em sua casa para contar a sua história. A história de uma Cresciuma, que nascia menina, não no berço de carvão, mas no berço da lavoura e da labuta. Dona Henriqueta nasceu em 1917 e aos 18 anos casou-se com Defende Casagrande, um dos 15 filhos de Augusto Casagrande. “ Conheci meu marido em um enterro, ele me viu e me achou bonita. Namoramos e casamos”, contava-me ela. Após o casamento, Henriqueta viveu 15 dias na casa de sua sogra Cecília Darós Casagrande, mulher de Augusto. No casarão, onde hoje é o museu histórico e geográfico Augusto Casagrande, ela percebeu a rotina da família advinda da Itália. “Seu Augusto veio com seus pais Giuseppe e Augusta. Na Itália Augusta era ama-de-leite e tinha muitas gratificações por isso. Porém já que a família vinha para cá ela veio. Tomava diversos banhos por dia. Estava sempre pegando água do poço”, dizia Henriqueta. Porém seus olhos estavam acuados e sua memória, um pouco apagada, de 93 anos, lembrava de algumas histórias. Suas filhas, também, contavam alguns causos que iam me levando para um mundo distante e totalmente diferente do atual. “O quintal da minha sogra era onde hoje é o Criciúma Shopping, ela ia todos os dias colher verduras para o almoço. A olaria de seu Augusto era próxima de onde hoje é o city clube. Ele possuía muita terra, e além da alvenaria, tinha diversas cabeças de gado e plantação. Tinha , também, uma fazendo em Tubarão”, e enquanto ela e suas filhas forçavam suas mentes eu me deleitava em minha imaginação. Deitava nos campos e via o sol se por. Cavalgava por toda a Cresciuma. Carregava os tijolos da olaria para as primeiras casas da cidade em um carro de boi. Brincava no seleiro e jogava bocha todos os domingos comendo um bom queijo e bebendo um bom vinho, como os Casagrandes. Eu saia de minha Criciúma e viajava por Cresciuma. Saia da aurora brilhante de uma nova e feliz geração e bradava os colonizadores. Italianos, negros, árabes, portugueses, dentre outros... Que transformaram a mata em uma cidade pólo no estado. E a nostalgia sentida por dona Henriqueta, passava em meu coração, transformando-se me um eco que fazia meu alterego gritar: Como é rica a nossa história. Viva a Cresciuma!

P.S. Só para titulo de informação. O casarão onde viveu Augusto e Cecília, juntamente com seus filhos, foi doado para o Município em 1978 pelos netos de Augusto, para que fosse instalado um museu da imigração, nas comemorações do centenário, com a condição de que o novo museu levaria o nome de Augusto Casagrande.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Enchentes: culpa de quem?

Bastaram algumas horas de chuva forte e o mundo desabou... Lágrimas e tristeza tomaram conta da cidade. Porém a culpa é de quem? De todos. Alguns podem pensar que o governo é o total culpado, ou então a meteorologia que não previu. Outros ainda acreditam que é um castigo divino... E enquanto todos buscam apenas um culpado a verdade se esvai com a correnteza do rio do esquecimento. Esquecemos que a terra existe a bilhões de anos, muito antes de nós. E que nela esses fenômenos sempre foram comuns. Porém quando o homem começou a ocupar este planeta... Os problemas começaram. Grandes países e culturas começaram a se formar ao redor dos rios, como o Egito, por exemplo, para que assim pudesse garantir a sua água. Logo em nossa Criciúma não foi diferente. Esta cidade de 190 mil habitantes nasceu no leito do rio Criciúma e cresceu e se desenvolveu ao redor dele, ou melhor, em cima dele. Outros exemplos são a Vila Francesa e o Sangão, locais onde as casas ficam a menos de 100 metros do rio. Logo é fácil se prever uma catástrofe desta proporção com 2,4 mil desalojados e 100 famílias desabrigadas, tendo em vista que todo o rio possui sua área de transbordo, as quais, atualmente, estão ocupadas. Estas áreas de transbordo servem justamente para pancadas de chuva como as de terça-feira (18) e quarta (19), aonde os rios teve que dar vazão a uma quantidade de água para a qual não estão preparados. Logo os leitos não suportaram o volume da água e os rios transbordaram, alagando os pontos já citados. Então a culpa é de quem? Nossa. A culpa é nossa. Humanos que culturalmente desenvolveram civilizações inteiras nas margens de rios. E como dizia o médium Chico Xavier, a vida é um eterno recomeçar. Então recomecemos amigos a reconstruir essa cidade que tanto amamos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Festas de ano novo

E se passaram as festas de final de ano.... Festas estas que movimentam o falido comércio e o abastecem para a temporada. Festas que nos fazem esquecer – por alguns dias- de nossas obrigações (em meu caso deste blog). Porém com as pequenas férias acabando tudo volta a “normalidade”. E os encargos esquecidos surgem na memória. A rotina de praia, de festas... cervejada... Tudo cai no esquecimento. Lembrando claro, que enquanto estávamos de braços cruzados, muitos já caiam no trabalho árduo de sobreviver neste mundo cão. Então voltarei a escrever aqui, minhas crônicas desafinadas... Que possuem algum conteúdo, acredito. Talvez sirva para alguns... Talvez não, pouco importa. Escrevo para os pequenos, mas qualificados leitores deste blog. Decidi então senhores... Manter uma postagem semanal. Sendo que em cada nova semana, um novo texto irá figurar neste especo. Começando por este... Poderia falar da falta de responsabilidade dos bêbados no réveillon ou então das festas de natal, mas acredito que não sou tão velho e ranzinza para perder a fé nessa nossa geração da informática. Decidi escrever nestas linhas um pouco do que espero para este ano. Nossa “presidenta” empossada, juntamente com os mafiosos de sempre. Nosso novo governador, também, empossado e, a exemplo de Dilma, também, com a máfia ao seu lado. E tudo que podemos fazer dentro desta “dinheirocracia” tola é torcer para que nossos novos governantes façam um trabalho digno e honesto, um trabalho voltado para quem os elegeu e confiou a eles sua parcela de decisão nos rumos do país e de nossa bela Santa Catarina. Que eles possam cumprir suas promessas e levar maior qualidade na Educação e Saúde, índices esquecidos em nosso mundo verde amarelo. Os sem-fé, podem dizer que todos são iguais e que nada irá mudar. Porém eu acredito. Acredito, sim, que a mudança existe e que os políticos , a exemplo de todos nós, são joio e trigo. Só quero que esses novos governantes não continuem com a farra e os escândalos que alicerçam Brasília. Chega de corrupção... e se nada mudar, amigos, vamos as ruas! Vamos lutar! Chega de esperar uns pelos outros... temos é que nos unir e não ficar perdidos reclamando de tudo. Sonhador? Talvez eu seja sim, pois carrego comigo a certeza de que os sonhos são o tecido da alma. Talvez nosso solo precise voltar a sonhar com os dias de luz. Em 2011 amigos, mudemos nosso comportamento. Já que somos todos políticos, pois criamos uma imagem nossa e a vendemos para os outros, então que sejamos politicamente ativos. Vamos mudar este país já que “um sonho que se sonha só, é só um sonho se sonha só. Um sonho que se sonha junto é realidade”, como cantaria Raul Seixas. Vamos sonhar juntos! Unidos e em Uníssono.