E a distância leva aos corações as tramas da saudade. O desejo ardente, a curiosidade e uma vida sem igual. Aos que disseram que este sentimento iria acabar a resposta está ensaiada: Sim! É inegável o fato de as comunicações e a integração mundial estarem mais próximos. Digo isso, pois resolvi mandar uma carta para uma grande amiga. “Vamos fugir as tecnologias”, pensei. Logo veio o questionamento, aonde vai o endereço do remetente e do destinatário? É só entregar no correio? Como funciona? E assim passei horas, tendo que recorrer a minha anciã (Mãe), que muito usou deste artifício, hoje, ultrapassado, ou melhor dizendo... Sinônimo de azar, aliás, de contas a pagar. Já que, atualmente, nossas correspondências se dividem entre publicidade e faturas. Como todo bom brasileiro, mais pendências é claro!
Amigos leitores, minha grande duvida, que acredito ser a de vocês, é sobre as gerações futuras. Será que nossos filhos terão o sabor doce da simplicidade e da dificuldade em suas vidas? Passarão horas pensando em alguém sem ter comunicação com essa pessoa? A saudade linda e maravilhosa ainda vai se professar nos corações alheios, ou será resolvida com um toque? Muitas dúvidas... Mas, infelizmente, vemos que tudo indica que, para todos os questionamentos levantados, a reposta seja: Sim! Como o amor, a saudade morre lentamente, amigos. Somo a ultima geração... A ultima geração da bolinha de gude, do pião, da pipa, do tazoo, dos álbuns de figurinha, do super-mario, da TV Colosso, do Sitio do Pica-Pau Amarelo, enfim, somos os últimos a sentir este gosto.
Essa é à força da tecnologia, senhores, mudando sempre o produto a venda. Porém até onde vai nos levar a parafernália vermelha e azul? Tenho meu palpite... Arriscaria na solidão, no isolamento... Vivendo com amigos virtuais, pois a nova geração vive mais solitária e na frente de um vídeo-game, televisão ou computador, do que na rua conversando correndo. Aliás, não teremos mais crianças no futuro, apenas milhões de pequenos adultos, agindo, se vestindo, como se tivessem maturidade. Forçados, é claro, pelo mercado.
