quinta-feira, 15 de julho de 2010

Recomeçar

Recomeçar... Essa é a palavra escrita no peito dos vencedores. Personagens que lutam e não se deixam abater. Como Rocky Balboa diz em algum dos seus filmes: “O melhor lutador não é aquele que tem o melhor golpe, mas sim, aquele, que resiste mais aos golpes adversários”. Senhores... Viver neste teatro as vezes vil, as vezes feliz é assim. A cada duro golpe sofrido, temos de nos levantar antes de o juiz contar até dez e sermos derrotados pela força das nossas más escolhas ou das más intenções alheias.

A tristeza e a depressão tem se tornado constante nas faces que observo em meu dia a dia. É tempo de recomeçar, caros leitores. Temos de arrumar nosso leme, içar nossa vela e navegar pelo mar da serenidade. Está na hora de mudarmos os rumos de nossa caravana, para que possamos aportar em terras férteis e coloridas. Mas para que isso aconteça, cada um tem que mudar sua vida. Como diz nosso eterno Raul Seixas em uma de suas canções: “Um sonho que se sonha só, é só um sonhos que se sonha só, um sonho que se sonha junto é realidade”.

Vamos mudar a realidade. Está na hora de afogarmos a depressão e mostrarmos para quê viemos. É tempo de ouvir as palavras da consciência e procurar mantê-la sempre branca e limpa, vivendo do que é certo. Amigos... É hora de recomeçar! Em todos os segmentos. Recomeçar na política, na economia, na rotina, no trabalho... Em nossas vidas. Para que possamos desenhar um novo fim para esta outrora Vera Cruz. Então guardemos na memória e no peito um dos bordões de nosso Chico Xavier: “Nós não podemos voltar ao passado e fazer um novo começo, mas podemos recomeçar e escrever um novo fim”.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pela avenida

Um senhor caminha pela avenida Centenário de sua outrora Cresciuma. Passeia e se emociona a cada passo. Seu primeiro beijo, na estação de trem, numa noite de carnaval. As missas na catedral e o movimento de emancipação. Tudo como um turbilhão revoa por sua nume. Seus olhos param na antiga casa ferroviária, esquecida casa, que repousa as margens de onde vinha o trilho, de onde estava a estação. Agora desfilam ônibus imponentes, e ao invés da estação, um terminal urbano.

Cansado e com nostalgia, continua sua matilha e põe-se a caminhar. O café São Paulo vem em sua mente...  A praça, pequena praça, sempre ponto zero da cidade, agora rodeada de para peitos. Tempos áureos, onde o carvão aquecia a economia, hoje tão estagnada. Seu coração balança quando lembra da igreja mais bela que repousava na então vila do Rio Maina, porém um ensaio de choro sai de suas entranhas ao lembrar da torre sendo demolida e um novo caixão em construção no seu lugar. “Maior crime contra a história! Pintores vindos da Itália tinham feito obras magníficas no teto”, pensa com raiva.

Seus jogos de bolinha de vidro, suas partidas de futebol... Como assombrações aparecem. A idolatria pelo Metropol, e as grandes disputas travadas nos gramados fazem-no sentir saudade. Mas o principal... A proximidade das pessoas, o cumprimento na rua – mesmo sem conhecer- os abraços, o companheirismo, as festa juninas planejadas com amigos o fazem sentir-se feliz por ter vivido aquele tempo, já que seu futebol migrou para as telinhas, suas bolas de vidro já não existem, seus vizinhos nem o conhecem, as pessoas correm sem se olhar... E a sua estação e o seu primeiro beijo? Hei de repousarem em seu corpo a sete palmos do chão.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ciúme e Obsessão

Muitos casos de obsessão passam por minha nume. A mídia noticia-os e faz um diagnóstico com especialistas que compraram seu diploma e pouco acrescentam ao que já sabíamos. Menina eloá e o sensacionalismo de redes que buscam seu espaço. Mas um tema, para minha crônica, surge destas peripécias da vida: o ciúme. O que é o ciúme? Pergunta difícil de se responder. Será que é aquele sentimento de posse que temos sob algumas pessoas? Aquele sentimento egoísta que não nos deixa compartilhar? Pode ser. Temos um retrato claro de uma mente ciumenta nas palavras de nosso eterno Machado de Assis em seu famoso Dom Casmurro, onde Casmurro fantasia um caso de sua mulher com seu melhor amigo, como muitos fazem. É o caso de homens que torcem o nariz com os colegas de trabalho de suas esposas ou namoradas e tentam privá-las do sentimento chefe no ser humano: a vida em sociedade. Muitas aceitam, bem como, muitos homens. Porém o que o futuro reservará a essas pessoas? Apenas uma palavra: Dependência.

Perdi muitas amigas por ciúmes tolos de namorados que não se “garantem”, ou não confiam e acham que tudo beira a traição. E vos digo que estas pessoas amanhecerão num domingo sem namorado e amigos, solitárias em seu próprio sofrimento e o que é pior, sem ter ao menos um ombro onde se encostar.

Realmente já tentei entender este sentimento que beira a obsessão. Muitos dizem que é prova de amor, mas acredito que de forma exagerado é o começo do fim. Nos noticiários, vemos mortes e mais mortes. Maridos matando esposas, namoradas matando seus parceiros. Ciúmes tolos. Obsessão. Pessoas que bradam: “Ela é MINHA namorada!”. E assim, a espécie Racional Humana, sucumbe ao seu lado animal, seu extinto principal: o domínio. Tentamos dominar outrém e “mandar” em sua vida para nos sentimos superiores. Esta é a lógica do ciúme possessivo. O ciúme que mata. Então, amigos,tomem cuidado de si e não tornem-se Dons Casmurros, que vivem a fantasiar algo que , como no livro, muitas vezes, não se comprova. Infelizmente, temos de aceitar... a incerteza é o tempero da vida. Então deixe pra lá essa duvida. Se ele ou ela é infiel, pouco importa, a consciência é de cada um e o tempo irá cobrar de quem caminha com a cabeça negra.