“Venceu, mas não convenceu”, um frase comum no futebol. Isso ocorre porque esse é, simplesmente, um dos esportes coletivos mais imprevisíveis. Como a vitória do Criciúma ante a Luverdense. A realidade é que a sorte tem mais influência no resultado de uma partido do que nós torcedores queremos acreditar. Obviamente o treinamento e o estilo de jogo contam para se ter superioridade, mas, ao mesmo tempo, isso não é garantia de bola na rede. O evento mais raro, dentro do futebol, é o gol. Por isso no começo do campeonato embora o tricolor tivesse mais posse de bola ou, até mesmo, finalizado mais não conseguia vencer. Os analistas esportivos Chris Anderson e David Sally no livro “Os Números do Jogo” mostram que a sorte tem um papel mais importante do que possamos imaginar ou aceitar. Sendo um fator determinante em pelo menos mais de 20% das partidas. Quantos jogos vimos uma superioridade durante a partida ser derrubada por uma chance do time adversário? Por isso eles analisaram quantas vezes os times “favoritos” vencem partidas em diversos esportes. Na temporada de 2010 a 2011 eles analisaram a Liga Inglesa de Futebol, a NBA (Basquete), NHL (Hockey), NFL (Futebol Americano), entre outros. Na NBA, por exemplo, em 80% da partidas o time com superioridade técnica venceu, na NHL e NFL foram mais de 60%. Já no futebol esse número foi um pouco maior que 50%. Ou seja, quando um time entra em campo, apesar do favoritismo ou de ter o melhor elenco ele tem as mesmas chances de ganhar do que quando jogamos cara ou coroa. A Luverdense foi superior ao Criciúma, porém, não marcou mais gols. Tudo se resume a isso. Por isso no começo do campeonato, apesar de ser superior, a equipe não vencia. Apesar de existir uma coerência nos números e uma lógica dentro desse esporte, a sorte tem um espaço garantido dando uma pitada e trazendo o imprevisível. Como a eliminação do Internacional para um desconhecido Mazembe. Por isso, nem sempre jogar bonito é vencer. Ou ter os melhores garante o título. Como no caso do Leicester City, a pequena equipe que foi campeã do maior campeonato do mundo a Premier League. Como diz uma frase no museu do Chelsea: “Não existe essa coisa de futebol feio ou bonito. O que existe é futebol vencedor”. Essa imprevisibilidade da bola e a influência que a sorte tem no jogo, talvez sejam os fatores que passam despercebidos por nós torcedores, mas, com certeza, são o tempero que move a paixão por um dos esportes mais populares no mundo. O futebol e a sorte, uma mistura viciante.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
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