Minha Tia deu à sentença de morte a goiabeira em seu quintal. Ela será ceifada pelo tempo, já que ameaça cair. Porém com ela será ceifada, também, parte de minha infância. Minha nave fantástica... Que me levou - juntamente com minha prima Fernanda - a lutar em diversas galáxias e proteger a terra de uma invasão alienígena. E agora ela simplesmente será desintegrada pelo nosso maior vilão: O tempo. Ser o comandante desta velha nave era uma honra para mim. Nossas armas eram as próprias goiabas, ou então nossa pura imaginação. Descíamos e subíamos e lutávamos com destreza até aniquilar nosso inimigo. E quando chegávamos em casa tínhamos a sensação de dever cumprido. Fernanda, com sempre, era um ótima combatente. Corria e corria e buscava sempre finalizar sua missão. Naquela goiabeira, viajei para marte, plutão, Júpiter, Saturno... Viajei no tempo de minha infância. Conheci e desafiei os melhores lutadores do mundo. Eu e minha prima salvamos a raça humana das ameaças externas. Ali naquela velha goiabeira eu declamei a célebre frase de césar: “Vim, vi e venci”. No alto daquela árvore colhi muitos frutos. Dentre os quais se destaca a destreza. Aprendi ali a defender a minha pátria, minha espécie e a mim mesmo. Lutando e atirando com raios desintegradores, com bombas de hidrogênio. E ali, eu e minha prima, já entrávamos em contato com o maior desejo de todos os homens. O desejo de dominar e controlar a tudo. Nosso império era vasto. Já tínhamos dominado toda a galáxia. Éramos famosos guerreiros. Porém nossa velha nave agora descansará eternamente. E a nostalgia me domina, já que ali - naquela goiabeira - iniciei minha vida de soldado, combatendo os desafios dessa vida!
quinta-feira, 17 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Amor de verão
Caminhava na praia, sozinho. Foi quando vi, escrito na areia, dois nomes. Grifados, talvez, com muito amor. Ali naquela areia branca alguém escrevera: Felipe e Jéssica. Talvez o jovem casal quisesse demonstrar seu amor. Devem ter escrito juntos, de mãos dadas, depois ele disse algumas coisas de amor e num beijo selaram mais um momento feliz. Continuo a caminhar, e ao fitar o mar começo a imaginar. Como teria sido o primeiro encontro dos dois? Será que ele sempre passava na frente da loja da dela – como meu tio fazia? Será que se viam na faculdade? Talvez eles tenham se encontra na balada, ao som de uma musica eletrônica, aliás não consigo entender esse negocio de Psy e House... Para mim são todas iguais. Talvez estivessem bêbados de mais. Ela com as amigas Dançando e vendo-o com os amigos, como sempre, parados no canto. Então ele se aproxima, dança com ela. Ambos se olham e se beijam. Depois de muito amor carnal ele pergunta: “Qual o seu nome?”. E ali começa o interrogatório, ao menos ficam juntos. Pelo menos, até ela ou ele ir embora. Combinam então de se encontrar na praia. Ele ainda sem acreditar fala com o amigo: “Meu que gata!”. Impressionado vai ao encontro dela na beira-mar. Ambos se olham e percebem um ao outro. “Ela era um pouco diferente”, pensa ele, ao mesmo tempo em que ela pensa: “Ele era mais fortinho ontem”. Porém nenhum dos dois pode dizer não, agora que já está marcado o encontro. Ambos se olham e se beijam. A conversa é fácil e no calor do momento acham um graveto e escrevem os seus nomes. É deve ter sido assim. Acho que aquele negócio de ficar esperando dias e meses pelo primeiro beijo, realmente acabou. Volto para ver se encontro, novamente, a grafia de meus pombinhos. Porém o mar já levou consigo os dois nomes apaixonados que estavam ali grafados na areia do tempo.
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