Não sou surfista. Talvez, seja radical. Meu esporte é o jornalismo, exercido de maneira diferente a cada dia. Aventuro-me em cada pauta e descubro um mundo novo. Não sei o porquê, mas coloquei em minha cabeça que sou ator. Aventuro-me, com meu grupo de teatro, em cada nova peça e descubro um pouco mais de mim. Finjo que escrevo poemas e os publico. E em cada nova linha, vai-se um pedaço meu. Digo isso, pois hoje foi um dia reflexivo. Daqueles em que ficamos perguntando ao nosso alterego vários porquês... “Porque será que ainda estou solteiro? Se eu fosse surfista e sarado elas olhariam pra mim? Meus óculos e minha cara de nerd as afastam? Será que sou feliz?Porque ela não me quer?...” E as constatações da vida aproximam cada vez mais a tristeza.
Nesses dias cinzas parece que nada valeu a pena, é como se uma tempestade se alojasse em nosso coração. Tentamos afastar esses questionamentos com muito trabalho e concentração... Mas quem disse que conseguimos nos concentrar? Como agora, por exemplo... Tento escrever a primeira linha de uma matéria, mas nada saí. Simplesmente minha alma não para... Não consigo ir adiante. O pior é o sentimento ruim que bate no peito, algo como solidão.
Eterno tema de poemas... Solidão. E logo vem a constatação. De tanto amor não correspondido morre o coração e a esperança de um dia ter-se algum relacionamento. Em dias como esse, amigo, é melhor quebrar os espelhos.
